O Tempo Comum é marcado especialmente pelos Domingos, quando celebramos a presença do Senhor Ressuscitado entre nós, iluminando com seu Espírito a nossa vida e o nosso caminhar rumo à Páscoa eterna. Sem nos deter em aspectos particulares do mistério de Cristo, como no Natal e na Páscoa, procuramos vivê-lo em sua plenitude. O acento forte nos é dado pela “leitura contínua do Evangelho, que nos coloca no seguimento de Jesus Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos fins dos tempos.” (Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, 2007, pág. 13).
“Tempo Comum” ou “Durante o ano” ou ainda “cotidiano”, é o tempo que fica entre os dois grandes ciclos da Páscoa e do Natal, e constitui a matriz original do ano litúrgico, celebrando a totalidade do mistério de Cristo. É o período mais longo do ano, constando de 33 ou 34 domingos, distribuídos da festa do Batismo do Senhor até o início da Quaresma; de Pentecostes até o 34º Domingo Comum, festa de Cristo Rei.
Devemos fazer deste um tempo de graça, no hoje da salvação que o Senhor nos oferece, contemplando as palavras, os fatos e gestos realizados pelo Deus-Conosco, escutando e praticando sua Palavra, integrando as situações mais comuns de nossa vida no mistério pascal de Jesus Cristo. É no Tempo Comum do Ano Litúrgico que a Igreja valoriza e dá espaço para as festas do Senhor, da Virgem Maria, dos santos e santas, apóstolos e mártires e tantos outros, nossos padroeiros, que são apelo à santidade, porque deram a vida e o sangue pelo Reino, testemunhas fiéis do Cordeiro, no seguimento radical de Jesus. A referência unificadora é sempre o mistério pascal de Cristo, à luz do qual caminhamos e impregnamos de páscoa a nossa vida cotidiana.
Lembramos também que é na segunda parte do tempo comum, nos meses de agosto, setembro e outubro, são meses dedicados às vocações, a bíblia e missionário, mas tudo isso é um engano! Esses meses são dedicados sim às vocações, à bíblia e as missões, mas como tema pastoral, a serem trabalhados em nossas pastorais e não inseridos dentro da ação litúrgica da missa, nós costumamos erroneamente cantar cantos direcionados a vocações, a bíblia, ou a missões, dentro da celebração nesta época, mas devemos lembrar que estamos no tempo comum, e o que prevalece é o mistério pascal celebrado, toda a direção musical deve estar ligada às leituras bíblicas. Para isso a CNBB lançou o hinário litúrgico, onde as músicas estão direcionadas para este tempo. O hinário litúrgico ( liturgia VI e VII ) estão intimamente ligados a este tempo. No liturgia VI encontra-se canto para o tempo comum ( primeira parte ) antes da quaresma, e o liturgia VII encontra-se cantos para a segunda parte após o ciclo da pascoa, e para ajudar-nos ainda mais existem os cd’s da Paulus com as músicas destas liturgias ( Liturgia VI e VII ).
Lembramos então:
- Que os cantos sejam litúrgicos, inspirados nas Escrituras e na própria Liturgia, dialogais e orantes, levando em conta a Palavra, o momento ritual, o mistério celebrado;
- Refrãos orantes antes do início da Celebração ajudam a criar clima de silêncio e oração;
- Privilegiem-se as Partes Fixas, o Ordinário da Missa, cantando A liturgia mais que NA liturgia: o Glória, o Santo, as Aclamações, o Amém, o Cordeiro de Deus...
- O Salmo Responsorial deve ser cantado do ambão, porque é Palavra de Deus, segundo melodias indicadas pelos CDs do Hinário Litúrgico e/ou o livro “Cantando os Salmos e Aclamações”, ambos da Paulus. A assembléia deve participar no Refrão;
- O canto da Comunhão retome, na medida do possível, o tema do Evangelho, visando a unidade entre a Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia;
- Um pequeno ensaio com o povo antes da Celebração é fundamental, para possibilitar o canto da assembléia, que tem sempre a primazia;
- Lembrem-se os ministros do canto: cantamos não para o povo, e sim, com o povo!
Baixe as partituras:
Domingos do Tempo Comum Ano ( A )
Domingos do Tempo Comum Ano ( B )
Domingos do Tempo Comum Ano ( C )
Rogério Bucci
Coordenador Diocesano da Música Litúrgica
Serviço Diocesano de Animação Litúrgica