O SACRAMENTO DA EUCARISTIA
Retirado do site: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s2cap1_1210-1419_po.html. Dia 15 de Outubro de 2013 às 13hrs e 39 minutos.
1322. A sagrada Eucaristia completa a
iniciação cristã. Aqueles que foram elevados à dignidade do sacerdócio real
pelo Batismo e configurados mais profundamente com Cristo pela Confirmação,
esses, por meio da Eucaristia, participam, com toda a comunidade, no próprio
sacrifício do Senhor.
1323. «O nosso Salvador instituiu na
última ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu
corpo e sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até voltar, o
sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua
morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de
caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e
nos é dado o penhor da glória futura» (145).
I. A Eucaristia – fonte e cume da vida
eclesial
1324. A Eucaristia é «fonte e cume de
toda a vida cristã» (146). «Os restantes sacramentos, assim como todos os
ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a sagrada
Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está
contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa
Páscoa» (147).
1325. «A comunhão de vida com Deus e a
unidade do povo de Deus, pelas quais a Igreja é o que é, são significados e
realizados pela Eucaristia. Nela se encontra o cume, ao mesmo tempo, da acção
pela qual Deus, em Cristo, santifica o mundo, e do culto que no Espírito Santo
os homens prestam a Cristo e, por Ele, ao Pai» (148).
1326. Enfim, pela celebração eucarística,
unimo-nos desde já à Liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando «Deus
for tudo em todos» (1 Cor 15, 18 ).
1327. Em síntese, a Eucaristia é o
resumo e a súmula da nossa fé: «A nossa maneira de pensar está de acordo com a
Eucaristia: e, por sua vez, a Eucaristia confirma a nossa maneira de pensar»
(149).
II. Como se chama este sacramento?
1328. A riqueza inesgotável deste
sacramento exprime-se nos diferentes nomes que lhe são dados. Cada um destes
nomes evoca alguns dos seus aspectos. Chama-se:
Eucaristia, porque é acção de graças a Deus. As palavras« eucharistein» (Lc 22, 19; 1 Cor 11, 24) e «eulogein» (Mt 26, 26; Mc 14, 22) lembram as bênçãos judaicas que proclamam – sobretudo durante a refeição – as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação.
Eucaristia, porque é acção de graças a Deus. As palavras« eucharistein» (Lc 22, 19; 1 Cor 11, 24) e «eulogein» (Mt 26, 26; Mc 14, 22) lembram as bênçãos judaicas que proclamam – sobretudo durante a refeição – as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação.
1329. Ceia do Senhor (150),
porque se trata da ceia que o Senhor comeu com os discípulos
na véspera da sua paixão e da antecipação do banquete nupcial do
Cordeiro (151) na Jerusalém celeste.
Fração do Pão, porque este rito,
próprio da refeição dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e
distribuía o pão como chefe de família (152), sobretudo a quando da última ceia
(153) . É por este gesto que os discípulos O reconhecerão depois da sua
ressurreição (154) e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão
as suas assembleias eucarísticas (155). Querem com isso significar que todos os
que comem do único pão partido, Cristo, entram em comunhão com Ele e formam um
só corpo n'Ele (156).
Assembleia eucarística
(«sýnaxis»), porque a Eucaristia é celebrada em assembleia de fiéis, expressão
visível da Igreja (157).
1330. Memorial da paixão e
ressurreição do Senhor.
Santo Sacrifício, porque atualiza o
único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou
ainda santo Sacrifício da Missa, «Sacrifício de louvor» (Heb 13,
15) (158),Sacrifício espiritual (159) Sacrifício puro (160) e
santo, pois completa e ultrapassa todos os sacrifícios da Antiga
Aliança.
Santa e divina Liturgia, porque toda a
liturgia da Igreja encontra o seu centro e a sua expressão mais densa na
celebração deste sacramento; no mesmo sentido se lhe chama também celebração
dos Santos Mistérios. Fala-se igualmente do Santíssimo
Sacramento, porque é o sacramento dos sacramentos. E, com este nome,
se designam as espécies eucarísticas guardadas no sacrário.
1331. Comunhão, pois é por este sacramento que nos unimos a Cristo, o
qual nos torna participantes do seu corpo e do seu sangue, para formarmos um só
corpo (161); chama-se ainda as coisas santas («tà hágia»; «sancta») (162)
– é o sentido primário da «comunhão dos santos» de que fala o Símbolo dos
Apóstolos – , pão dos anjos, pão do céu, remédio da imortalidade(163), viático...
1332. Santa Missa, porque a
liturgia em que se realiza o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis
(«missio»), para que vão cumprir a vontade de Deus na sua vida quotidiana.
III. A Eucaristia na economia da
salvação
OS SINAIS DO PÃO E DO VINHO
1333. No centro da celebração da
Eucaristia temos o pão e o vinho que, pelas palavras de Cristo e pela invocação
do Espírito Santo, se tornam o corpo e o sangue do mesmo Cristo. Fiel à ordem
do Senhor, a Igreja continua a fazer, em memória d'Ele e até à sua vinda
gloriosa, o que Ele fez na véspera da sua paixão: «Tomou o pão...», «Tomou o cálice
com vinho...». Tornando-se misteriosamente o corpo e o sangue de Cristo, os
sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação.
Por isso, no ofertório [apresentação das oferendas], nós damos graças ao
Criador pelo pão e pelo vinho (164), fruto «do trabalho do homem», mas
primeiramente «fruto da terra» e «da videira», dons do Criador. A Igreja vê no
gesto de Melquisedec, rei e sacerdote, que «ofereceu pão e vinho» (Gn 14,
18), uma prefiguração da sua própria oferenda (165).
1334. Na Antiga Aliança, o pão e o
vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de
reconhecimento ao Criador. Mas também recebem uma nova significação no contexto
do Êxodo: os pães ázimos que Israel come todos os anos na Páscoa, comemoram a
pressa da partida libertadora do Egipto; a lembrança do maná do deserto
recordará sempre a Israel que é do pão da Palavra de Deus que ele vive (166).
Finalmente, o pão de cada dia é o fruto da terra prometida, penhor da
fidelidade de Deus às suas promessas. O «cálice de bênção» (1 Cor 10,
16), no fim da ceia pascal dos judeus, acrescenta à alegria festiva do vinho
uma dimensão escatológica – a da expectativa messiânica do restabelecimento de
Jerusalém. Jesus instituiu a sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo
à bênção do pão e do cálice.
1335. Os milagres da multiplicação dos
pães, quando o Senhor disse a bênção, partiu e distribuiu os pães pelos seus
discípulos para alimentar a multidão, prefiguram a superabundância deste pão
único da sua Eucaristia (167). O sinal da água transformada em vinho em Caná
(168) já anuncia a «Hora» da glorificação de Jesus. E manifesta o cumprimento
do banquete das núpcias no Reino do Pai, onde os fiéis beberão do vinho novo
(169) tornado sangue de Cristo.
1336. O primeiro anúncio da Eucaristia
dividiu os discípulos, tal como o anúncio da paixão os escandalizou: «Estas
palavras são insuportáveis! Quem as pode escutar?» (Jo 6, 60).
A Eucaristia e a cruz são pedras de tropeço. É o mesmo mistério e não cessa de
ser ocasião de divisão. «Também vos quereis ir embora?» (Jo 6,
67): esta pergunta do Senhor ecoa através dos tempos, como convite do seu amor
a descobrir que só Ele tem «palavras de vida eterna» (Jo 6,
68) e que acolher na fé o dom da sua Eucaristia é acolhê-LO a Ele próprio.
A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA
1337. Tendo amado os seus, o Senhor
amou-os até ao fim. Sabendo que era chegada a hora de partir deste mundo para
regressar ao Pai, no decorrer duma refeição, lavou-lhes os pés e deu-lhes o
mandamento do amor (170). Para lhes deixar uma garantia deste amor, para jamais
se afastar dos seus e para os tornar participantes da sua Páscoa, instituiu a
Eucaristia como memorial da sua morte e da sua ressurreição, e ordenou aos seus
Apóstolos que a celebrassem até ao seu regresso, «constituindo-os, então,
sacerdotes do Novo Testamento» (171).
1338. Os três evangelhos sinópticos e
São Paulo transmitiram-nos a narração da instituição da Eucaristia. Por seu
lado, São João refere as palavras de Jesus na sinagoga de Cafarnaum, palavras
que preparam a instituição da Eucaristia: Cristo designa-se a si próprio
como o pão da vida, descido do céu (172).
1339. Jesus escolheu a altura da Páscoa
para cumprir o que tinha anunciado em Cafarnaum: dar aos seus discípulos o seu
corpo e o seu sangue:
«Veio o dia dos Ázimos, em que devia
imolar-se a Páscoa. [Jesus] enviou então a Pedro e a João, dizendo: "Ide
preparar-nos a Páscoa, para que a possamos comer" [...]. Partiram pois,
[...] e prepararam a Páscoa. Ao chegar a hora, Jesus tomou lugar à mesa, e os
Apóstolos com Ele. Disse-lhes então: "Tenho desejado ardentemente comer
convosco esta Páscoa, antes de padecer. Pois vos digo que não voltarei a
comê-la, até que ela se realize plenamente no Reino de Deus". [...]
Depois, tomou o pão e, dando graças, partiu-o, deu-lho e disse-lhes: "Isto
é o Meu corpo, que vai ser entregue por vós. Fazei isto em memória de
Mim". No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice e disse: "Este cálice
é a Nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós"» (Lc 22,
7-20) (173).
1340. Celebrando a última ceia com os
seus Apóstolos, no decorrer do banquete pascal, Jesus deu o seu sentido
definitivo à Páscoa judaica. Com efeito, a passagem de Jesus para o seu Pai,
pela sua morte e ressurreição – a Páscoa nova – é antecipada na ceia e
celebrada na Eucaristia, que dá cumprimento a Páscoa judaica e antecipa a
Páscoa final da Igreja na glória do Reino.
«FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM»
1341. Ao ordenar que repetissem os seus
gestos e palavras, «até que Ele venha» (1 Cor 11, 26), Jesus não
pede somente que se lembrem d'Ele e do que Ele fez. Tem em vista a celebração
litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de
Cristo, da sua vida, morte, ressurreição e da sua intercessão junto do Pai.
1342. Desde o princípio, a Igreja foi
fiel à ordem do Senhor. Da Igreja de Jerusalém está escrito:
«Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos,
à união fraterna, à fração do pão e às orações. [...] Todos os dias
frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas
casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração» (Act 2,
42.46).
1343. Era sobretudo «no primeiro dia da
semana», isto é, no dia de domingo, dia da ressurreição de Jesus, que os
cristãos se reuniam «para partir o pão» (Act 20, 7). Desde esses
tempos até aos nossos dias, a celebração da Eucaristia perpetuou-se, de maneira
que hoje a encontramos em toda a parte na Igreja com a mesma estrutura
fundamental. Ela continua a ser o centro da vida da Igreja.
1344. Assim, de celebração em celebração,
anunciando o mistério pascal de Jesus «até que Ele venha» (1Cor 11,
26), o Povo de Deus em peregrinação «avança pela porta estreita da cruz» (174)
para o banquete celeste, em que todos os eleitos se sentarão à mesa do Reino.
IV. A celebração litúrgica da
Eucaristia
A MISSA DE TODOS OS SÉCULOS
1345. Desde o século II, temos o
testemunho de São Justino, mártir, sobre as grandes linhas do desenrolar da
celebração eucarística. Permaneceram as mesmas até aos nossos dias, em todas as
grandes famílias litúrgicas. Eis o que ele escreve, cerca do ano 155, para
explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que fazem os cristãos:
«No dia que chamam Dia do Sol,
realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o
campo.
Leem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e ações, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama:Ámen.
[...] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176).
Leem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e ações, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama:Ámen.
[...] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176).
1346. A liturgia
eucarística processa-se em conformidade com uma estrutura fundamental, que se
tem conservado através dos séculos até aos nossos dias. Desdobra-se em dois
grandes momentos, que formam basicamente uma unidade:
– a reunião, a liturgia da
Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal;
– a liturgia eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de graças consacratória e a comunhão.
– a liturgia eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de graças consacratória e a comunhão.
Liturgia da Palavra e liturgia
eucarística constituem juntas "um só e mesmo ato de culto"
(177). Com efeito, a mesa posta para nós na Eucaristia é, ao mesmo tempo, a da
Palavra de Deus e a do corpo do Senhor (178).
1347. Não é esse também o dinamismo da
refeição pascal de Jesus Ressuscitado com os seus discípulos? Enquanto
caminhavam, Ele explicava-lhes as Escrituras; depois, pondo-Se à mesa com eles,
«tomou o pão, proferiu a bênção, partiu-o e deu-lho» (179).
O DESENROLAR DA CELEBRAÇÃO
1348. Todos se reúnem. Os
cristãos acorrem a um mesmo lugar para a assembleia eucarística. A sua cabeça
está o próprio Cristo, que é o actor principal da Eucaristia. Ele é o
Sumo-Sacerdote da Nova Aliança. É Ele próprio que preside invisivelmente a toda
a celebração eucarística. E é em representação d'Ele (agindo «in persona
Christi capitis – na pessoa de Cristo-Cabeça»), que o
bispo ou o presbítero preside à assembleia, toma a palavra depois das leituras,
recebe as oferendas e diz a oração eucarística. Todos têm a
sua parte activa na celebração, cada qual a seu modo: os leitores, os que
trazem as oferendas, os que distribuem a comunhão e todo o povo cujo Ámen
manifesta a participação.
1349. A liturgia da Palavra comporta
«os escritos dos Profetas», quer dizer, o Antigo Testamento, e «as Memórias dos
Apóstolos» ou seja, as suas epístolas e os evangelhos. Depois da homilia, que é
uma exortação a acolher esta Palavra como o que ela é na realidade, Palavra de
Deus(180), e a pô-la em prática, vêm as intercessões por todos os homens,
segundo a palavra do Apóstolo: «Recomendo, antes de tudo, que se façam preces,
orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens, pelos reis e por
todos os que exercem autoridade» (1 Tm 2, 1-2).
1350. A apresentação
das oferendas (ofertório): traz-se então para o altar, por vezes
processionalmente, o pão e o vinho que vão ser oferecidos pelo sacerdote em
nome de Cristo no sacrifício eucarístico, no qual se tornarão o seu corpo e o
seu sangue. É precisamente o mesmo gesto que Cristo fez na última ceia,
«tomando o pão e o cálice». «Só a Igreja oferece esta oblação pura ao Criador,
oferecendo-Lhe em ação de graças o que provém da sua criação» (181). A
apresentação das oferendas no altar assume o gesto de Melquisedec e põe os dons
do Criador nas mãos de Cristo. É Ele que, no seu sacrifício, leva à perfeição
todas as tentativas humanas de oferecer sacrifícios.
1351. Desde o princípio, com o pão e o
vinho para a Eucaristia, os cristãos trazem as suas ofertas para a partilha com
os necessitados. Este costume, sempre atual, da coleta (182)
inspira-se no exemplo de Cristo, que Se fez pobre para nos enriquecer (183):
«Os que são ricos e querem, dão, cada
um conforme o que a si mesmo se impôs; o que se recolhe é entregue àquele que
preside e ele, por seu turno, presta assistência aos órfãos, às viúvas, àqueles
que a doença ou qualquer outra causa priva de recursos, aos prisioneiros, aos
imigrantes, numa palavra, a todos os que sofrem necessidade» (184).
1352. A anáfora: Com a
oração eucarística, oração de ação de graças e de consagração, chegamos ao
coração e cume da celebração:
no prefácio, a Igreja
dá graças ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, por todas as suas obras: pela
criação, redenção e santificação. Toda a comunidade une, então, as suas vozes
àquele louvor incessante que a Igreja celeste – os anjos e todos os santos –
cantam ao Deus três vezes Santo:
1353. na epiclese, pede
ao Pai que envie o seu Espírito Santo (ou o poder da sua bênção)(185)sobre o
pão e o vinho, para que se tornem, pelo seu poder, o corpo e o sangue de Jesus
Cristo, e para que os que participam na Eucaristia sejam um só corpo e um só
espírito. (Algumas tradições litúrgicas colocam a epiclese depois da anamnese);
na narração da
instituição, a força das palavras e da ação de Cristo e o poder do
Espírito Santo tomam sacramentalmente presentes, sob as espécies do pão e do
vinho, o corpo e o sangue do mesmo Cristo, o seu sacrifício oferecido na cruz
de uma vez por todas;
1354. na anamnese que
se segue, a Igreja faz memória da paixão, ressurreição e regresso glorioso de
Cristo Jesus: e apresenta ao Pai a oferenda do seu Filho, que nos reconcilia
com Ele:
nas intercessões, a
Igreja manifesta que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja do
céu e da terra, dos vivos e dos defuntos, e na comunhão com os pastores da
Igreja: o Papa, o bispo da diocese, o seu presbitério e os seus diáconos, e
todos os bispos do mundo inteiro com as suas Igrejas.
1355. Na comunhão, precedida
da Oração do Senhor e da fracção do pão, os fiéis recebem «o pão do céu» e «o
cálice da salvação», o corpo e o sangue de Cristo, que Se entregou «para a vida
do mundo» (Jo 6, 51):
Porque este pão e este vinho foram,
segundo a expressão antiga, «eucaristizados» (186), «chamamos a este
alimento Eucaristia; e ninguém pode tomar parte nela se não
acreditar na verdade do que entre nós se ensina, se não recebeu o banho para a
remissão dos pecados e o novo nascimento e se não viver segundo os preceitos de
Cristo» (187).
V. O sacrifício sacramental: ação de
graças, memorial, presença
1356. Se os cristãos
celebram a Eucaristia desde as origens e sob uma forma que, na sua substância
não mudou através da grande diversidade dos tempos e das liturgias, é porque
sabem que estão ligados pela ordem do Senhor, dada na véspera da sua paixão:
«Fazei isto em memória de Mim» (1 Cor 11, 24-25).
1357. Esta ordem do Senhor, cumprimo-la
celebrando o memorial do seu sacrifício. E fazendo-o,
oferecemos ao Pai o que Ele próprio nos deu: os dons da sua criação, o pão e o
vinho, transformados, pelo poder do Espírito Santo e pelas palavras de Cristo,
no corpo e no sangue do mesmo Cristo: assim Cristo torna-se real e
misteriosamente presente.
1358. Temos, pois, de considerar a
Eucaristia
– como ação de graças e louvor ao Pai,
– como memorial sacrificial de Cristo e do Seu corpo,
– como presença de Cristo pelo poder da sua Palavra e do seu Espírito.
– como memorial sacrificial de Cristo e do Seu corpo,
– como presença de Cristo pelo poder da sua Palavra e do seu Espírito.
A ACÇÃO DE GRAÇAS E O LOUVOR AO PAI
1359. A Eucaristia,
sacramento da nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício
de louvor em acção de graças pela obra da criação. No sacrifício eucarístico,
toda a criação, amada por Deus, é apresentada ao Pai, através da morte e
ressurreição de Cristo. Por Cristo, a Igreja pode oferecer o sacrifício de
louvor em ação de graças por tudo o que Deus fez de bom, belo e justo, na
criação e na humanidade.
1360. A Eucaristia é um
sacrifício de acção de graças ao Pai, uma bênção pela qual a Igreja exprime o
seu reconhecimento a Deus por todos os seus benefícios, por tudo o que Ele fez
mediante a criação, a redenção e a santificação. Eucaristia significa, antes de
mais, «acção de graças».
1361. A Eucaristia é também o
sacrifício de louvor, pelo qual a Igreja canta a glória de Deus em nome de toda
a criação. Este sacrifício de louvor só é possível através de Cristo: Ele une
os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de maneira que o
sacrifício de louvor ao Pai ë oferecido por Cristo e com Cristo,
para ser aceite em Cristo.
O MEMORIAL SACRIFICIAL DE CRISTO E DO
SEU CORPO, A IGREJA
1362. A Eucaristia é o memorial da
Páscoa de Cristo, a atualização e a oferenda sacramental do seu único
sacrifício, na liturgia da Igreja que é o seu corpo. Em todas as orações
eucarísticas encontramos, depois das palavras da instituição, uma oração
chamada anamnese ou memorial.
1363. No sentido que lhe dá a Sagrada
Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos
acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus fez pelos
homens (188). Na celebração litúrgica destes acontecimentos, eles tomam-se de
certo modo presentes e atuais. É assim que Israel entende a sua libertação do
Egito: sempre que se celebrar a Páscoa, os acontecimentos do Êxodo tornam-se
presentes à memória dos crentes, para que conformem com eles a sua vida.
1364. O memorial recebe um
sentido novo no Novo Testamento. Quando a Igreja celebra a Eucaristia, faz
memória da Páscoa de Cristo, e esta torna-se presente: o sacrifício que Cristo
ofereceu na cruz uma vez por todas, continua sempre atual (189): «Todas as vezes
que no altar se celebra o sacrifício da cruz, no qual "Cristo, nossa
Páscoa, foi imolado", realiza-se a obra da nossa redenção» (190).
1365. Porque é o memorial da Páscoa de
Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O cará ter
sacrificial da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição:
«Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós» e «este cálice é a Nova
Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc 22,
19-20). Na Eucaristia, Cristo dá aquele mesmo corpo que entregou por nós na
cruz, aquele mesmo sangue que «derramou por muitos em remissão dos
pecados» (Mt26, 28).
1366. A Eucaristia é, pois, um
sacrifício, porque representa (torna presente) o sacrifício da
cruz, porque é dele o memorial e porque aplica o
seu fruto:
Cristo «nosso Deus e Senhor [...],
ofereceu-Se a Si mesmo a Deus Pai uma vez por todas, morrendo como intercessor
sobre o altar da cruz, para realizar em favor deles [homens] uma redenção
eterna. No entanto, porque após a sua morte não se devia extinguir o seu
sacerdócio (Heb 7, 24-27), na última ceia,
"na noite em que foi entregue" (1 Cor 11, 13). [...]
Ele [quis deixar] à Igreja, sua esposa bem-amada, um sacrifício visível (como o
exige a natureza humana), em que fosse representado o sacrifício cruento que ia
realizar uma vez por todas na cruz, perpetuando a sua memória
até ao fim dos séculos e aplicando a sua eficácia salvífica à remissão dos
pecados que nós cometemos cada dia» (191).
1367. O sacrifício de Cristo e o
sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: «É uma só e
mesma vítima e Aquele que agora Se oferece pelo ministério dos sacerdotes é o
mesmo que outrora Se ofereceu a Si mesmo na cruz; só a maneira de oferecer é
que é diferente» (192). E porque «neste divino sacrifício, que se realiza na missa,
aquele mesmo Cristo, que a Si mesmo Se ofereceu outrora de modo cruento sobre o
altar da cruz, agora está contido e é imolado de modo incruento [...], este
sacrifício é verdadeiramente propiciatório» (193).
1368. A Eucaristia é igualmente o
sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa na
oblação da sua Cabeça. Com Ele, ela própria é oferecida integralmente. Ela
une-se à sua intercessão junto do Pai em favor de todos os homens. Na
Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do
seu corpo. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o
seu trabalho unem-se aos de Cristo e à sua oblação total, adquirindo assim um
novo valor. O sacrifício de Cristo presente sobre o altar proporciona a todas
as gerações de cristãos a possibilidade de se unirem à sua oblação.
Nas catacumbas, a Igreja é
frequentemente representada como uma mulher em oração, de braços estendidos em
atitude orante. Como Cristo, que estendeu os braços na cruz, assim, por Ele,
com Ele e n'Ele, a Igreja oferece-se e intercede por todos os homens.
1369. Toda a Igreja está unida à
oblação e intercessão de Cristo. Encarregado do ministério de Pedro na
Igreja, o Papa está associado a toda e qualquer celebração da
Eucaristia, na qual é nomeado como sinal e servidor da unidade da Igreja
universal. O bispo do lugar é sempre responsável pela
Eucaristia, mesmo quando presidida por um presbítero; o seu
nome é citado nela para significar a sua presidência da Igreja particular, no
meio do presbitério e com a assistência dos diáconos. A comunidade
intercede também por todos os ministros que, por ela e com ela, oferecem o
sacrifício eucarístico:
«Seja tida como legítima somente aquela
Eucaristia que é presidida pelo bispo ou por quem ele encarregou» (194).
«É pelo ministério dos presbíteros que
o sacrifício espiritual dos fiéis se consuma em união com o sacrifício de
Cristo. Mediador único, que é oferecido na Eucaristia de modo incruento e
sacramental, pelas mãos deles, em nome de toda a Igreja, até quando o mesmo
Senhor voltar» (195).
1370. À oblação de Cristo unem-se não
só os membros que estão ainda neste mundo, mas também os que já estão na
glória do céu: é em comunhão com a santíssima Virgem Maria e fazendo
memória d'Ela, assim como de todos os santos e de todas as santas, que a Igreja
oferece o sacrifício eucarístico. Na Eucaristia, a Igreja, com Maria, está como
que ao pé da cruz, unida à oblação e à intercessão de Cristo.
1371. O sacrifício eucarístico é também
oferecido pelos fiéis defuntos, «que morreram em Cristo e não
estão ainda de todo purificados» (196), para que possam entrar na luz e na paz
de Cristo:
«Enterrai este corpo não importa onde!
Não vos dê isso qualquer cuidado! Tudo o que vos peço é que vos lembreis de mim
diante do altar do Senhor, onde quer que estejais» (197).
«Depois [na anáfora], nós rezamos pelos
santos padres e bispos falecidos, e em geral por todos aqueles que morreram
antes de nós, certos de que isso será de grande proveito para as almas em favor
das quais tal súplica se faz, enquanto está presente a vítima santa e temível
[...]. Apresentando a Deus as nossas súplicas pelos que morreram, tenham embora
sido pecadores, nós [...] apresentamos Cristo imolado pelos nossos pecados,
tornando assim propício, para eles e para nós, o Deus que é amigo dos homens»
(198).
1372. Santo Agostinho resumiu
admiravelmente esta doutrina que nos incita a uma participação cada vez mais
perfeita no sacrifício do nosso Redentor que celebramos na Eucaristia:
«Toda esta cidade resgatada, ou seja, a
assembleia e sociedade dos santos, é oferecida a Deus como um sacrifício
universal pelo Sumo-Sacerdote que, sob a forma de servo, foi ao ponto de Se
oferecer por nós na sua paixão, para fazer de nós corpo duma tal Cabeça [...]
Tal é o sacrifício dos cristãos: "Nós que somos muitos, formamos em Cristo
um só corpo" (Rm 12, 5). E este sacrifício, a Igreja não
cessa de o renovar no sacramento do altar bem conhecido dos fiéis, em que lhe é
mostrado que ela própria é oferecida naquilo que oferece» (199).
A PRESENÇA DE CRISTO PELO PODER DA SUA
PALAVRA E DO ESPÍRITO SANTO
1373. «Jesus Cristo, que morreu, que
ressuscitou, que está à direita de Deus, que intercede por nós» (Rm 8,
34), está presente na sua Igreja de múltiplos modos (200): na sua Palavra, na
oração da sua Igreja, «onde dois ou três estão reunidos em Meu nome» (Mt 18,
20), nos pobres, nos doentes, nos prisioneiros (201), nos seus sacramentos, dos
quais é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas está
presente «sobretudo sob as espécies eucarísticas» (202).
1374. O modo da presença de Cristo sob
as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os
sacramentos e faz dela «como que a perfeição da vida espiritual e o fim para
que tendem todos os sacramentos» (203). No santíssimo sacramento da Eucaristia
estão «contidos,verdadeira, real e substancialmente, o corpo e o
sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e,
por conseguinte, Cristo completo» (204). «Esta presença
chama-se "real", não a título exclusivo como se as outras presenças
não fossem "reais", mas por excelência, porque é substancial, e
porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem» (205).
1375. É pela conversão do
pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo que Ele Se torna presente neste
sacramento. Os Padres da Igreja proclamaram com firmeza a fé da mesma Igreja na
eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo, para operar esta
conversão. Assim, São João Crisóstomo declara:
«Não é o homem que faz com que as
coisas oferecidas se tomem corpo e sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que
foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia estas
palavras, mas a sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o Meu
corpo, diz ele. Esta palavra transforma as coisas oferecidas» (206).
E Santo Ambrósio diz a respeito da
mesma conversão:
Estejamos bem convencidos de que «isto
não é o que a natureza formou, ruas o que a bênção consagrou, e de que a força
da bênção ultrapassa a da natureza, porque pela bênção a própria natureza é
mudada» (207). «A Palavra de Cristo, que pôde fazer do nada o que não existia,
não havia de poder mudar coisas existentes no que elas ainda não eram? Porque
não é menos dar às coisas a sua natureza original do que mudá-la» (208).
1376. O Concílio de Trento resume
a fé católica declarando: «Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele
oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu corpo, sempre na Igreja
se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração
do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na
substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na
substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente
e apropriado, transubstanciação» (209).
1377. A presença eucarística de Cristo
começa no momento da consagração e dura enquanto as espécies eucarísticas
subsistirem. Cristo está presente todo em cada uma das espécies e todo em cada
uma das suas partes, de maneira que a fração do pão não divide Cristo (210).
1378. O culto da
Eucaristia. Na liturgia da Missa, nós exprimimos a nossa fé na
presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre outras
maneiras, ajoelhando ou inclinando-nos profundamente em sinal de adoração do
Senhor. «A Igreja Católica sempre prestou e continua a prestar este culto de
adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia, não só durante a missa, mas
também fora da sua celebração: conservando com o maior cuidado as hóstias
consagradas, apresentando-as aos fiéis para que solenemente as venerem, e
levando-as em procissão» (211).
1379. A sagrada Reserva (sacrário) era,
ao princípio, destinada a guardar, de maneira digna, a Eucaristia, para poder
ser levada aos doentes e ausentes, fora da missa. Pelo aprofundamento da fé na
presença real de Cristo na sua Eucaristia, a Igreja tomou consciência do
sentido da adoração silenciosa do Senhor, presente sob as
espécies eucarísticas, por isso que o sacrário deve ser colocado num lugar
particularmente digno da igreja; deve ser construído de tal modo que sublinhe e
manifeste a verdade da presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento.
1380. É de suma conveniência que Cristo
tenha querido ficar presente à sua Igreja deste modo único. Uma vez que estava
para deixar os seus sob forma visível, Cristo quis dar-nos a sua presença
sacramental; e visto que ia sofrer na cruz para nos salvar, quis que tivéssemos
o memorial do amor com que nos amou «até ao fim» (Jo 13, 1),
até ao dom da própria vida. Com efeito, na sua presença eucarística, Ele fica
misteriosamente no meio de nós, como Aquele que nos amou e Se entregou por nós
(212), e permanece sob os sinais que exprimem e comunicam este amor:
«A Igreja e o mundo têm grande
necessidade do culto eucarístico. Jesus espera-nos neste sacramento do amor.
Não regateemos o tempo para estar com Ele na adoração, na contemplação cheia de
fé e disposta a reparar as faltas graves e os pecados do mundo. Que a nossa
adoração não cesse jamais» (213).
1381. «A presença do verdadeiro corpo e
do verdadeiro sangue de Cristo neste sacramento, "não a apreendemos pelos
sentidos, diz São Tomás, mas só pela fé, que se apoia na
autoridade de Deus". É por isso que, comentando o texto de São Lucas 22,
19 "Isto é o Meu corpo que será entregue por vós", São Cirilo de
Alexandria declara: "Não vás agora perguntar-te se isso é verdade; mas
acolhe com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a verdade, não
mente"» (214):
«Adoro te devote, latens Deitas,
Quae sub his figuris vere latitas: Tibi se cor meum totem subjicit, Quica, Te contemplans, totem deficit. |
Adoro-te
com devoção, ó Deus que te escondes,
Que sob estas figuras de verdade te ocultas: A ti meu coração se submete inteiramente Porque, ao contemplar-te, desfalece por completo. |
Visus,
tactus, gustus in Te fallitur
Sed auditu solo tutu creditur: Credo quidquid dixit Dei Filius: Nil hoc Veritatis verbo verius»(215). |
Visão,
tacto e paladar em ti falham,
Apenas ouvindo se crê com segurança: Creio em tudo o que disse o Filho de Deus: Nada mais verdadeiro que esta palavra da Verdade. |
VI. O banquete pascal
1382. A Missa é, ao mesmo tempo e
inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da
cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor. Mas a
celebração do sacrifício eucarístico está toda orientada para a união íntima
dos fiéis com Cristo pela comunhão. Comungar é receber o próprio Cristo, que Se
ofereceu por nós.
1383. O altar,
à volta do qual a Igreja se reúne na celebração da Eucaristia, representa os
dois aspectos dum mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e
isto tanto mais que o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no
meio da assembleia dos seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida para a
nossa reconciliação e como alimento celeste que se nos dá. «Com efeito, o que é
o altar de Cristo senão a imagem do corpo de Cristo?» – pergunta Santo Ambrósio
(216); e noutro passo: «O altar representa o corpo [de Cristo], e o corpo de
Cristo está sobre o altar» (217). A liturgia exprime esta unidade do sacrifício
e da comunhão em numerosas orações. Assim, a Igreja de Roma reza na sua
anáfora:
«Humildemente Vos suplicamos, Deus
todo-poderoso, que esta nossa oferenda seja apresentada pelo vosso santo Anjo
no altar celeste, diante da vossa divina majestade, para que todos nós,
participando deste altar pela comunhão do santíssimo corpo e sangue do vosso
Filho, alcancemos a plenitude das bênçãos e graças do céu»» (218)
«TOMAI TODOS E COMEI»: A COMUNHÃO
1384. O Senhor dirige-nos um convite
insistente a que O recebamos no sacramento da Eucaristia: «Em verdade, em
verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o
seu sangue, não tereis a vida em vós» (Jo 6, 53).
1385. Para responder a este convite,
devemos preparar-nos para este momento tão grande e santo. São
Paulo exorta a um exame de consciência: «Quem comer o pão ou beber do cálice do
Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois,
cada qual a si mesmo e então coma desse pão e beba deste cálice; pois quem come
e bebe, sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe a própria
condenação» (1Cor 11, 27-29). Aquele que tiver consciência dum
pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes de se aproximar
da Comunhão.
1386. Perante a grandeza deste
sacramento, o fiel só pode retomar humildemente e com ardente fé a palavra do
centurião (219) : «Domine, non sum dignus, ut intres sub tectum meum,
sed tantum dic verbum, et sanabitur anima mea – Senhor, eu não sou
digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma [só] palavra e serei salvo»
(220). E na divina liturgia de São João Crisóstomo, os fiéis oram no mesmo
Espírito:
«Faz-me comungar hoje, ó Filho de Deus,
na tua ceia mística. Porque eu não revelarei o segredo aos teus inimigos, nem
te darei o beijo de Judas. Mas, como o ladrão, eu te suplico: Lembra-Te de mim,
Senhor, no teu Reino» (221).
1387. Para se prepararem
convenientemente para receber este sacramento, os fiéis devem observar o jejum
prescrito na sua Igreja (222). A atitude corporal (gestos, traje) deve traduzir
o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo Se torna nosso
hóspede.
1388. É conforme ao próprio sentido da
Eucaristia que os fiéis, se tiverem as disposições requeridas (223), recebam a
Comunhão quando participam na missa (224): «Recomenda-se vivamente aquela mais
perfeita participação na missa em que os fiéis, depois da comunhão do
sacerdote, recebem, do mesmo sacrifício, o corpo do Senhor» (225).
1389. A Igreja impõe aos fiéis a
obrigação de «participar na divina liturgia nos domingos e dias de festa» (226)
e de receber a Eucaristia ao menos uma vez em cada ano, se possível no tempo
pascal (227) preparados pelo sacramento da Reconciliação. Mas recomenda-lhes
vivamente que recebam a santa Eucaristia aos domingos e dias de festa, ou ainda
mais vezes, mesmo todos os dias.
1390. Graças à presença
sacramental de Cristo sob cada uma das espécies, a comunhão apenas sob a
espécie de pão permite receber todo o fruto de graça da Eucaristia. Por razões
pastorais, esta maneira de comungar estabeleceu-se legitimamente como a mais
habitual no rito latino. «A sagrada Comunhão tem uma forma mais plena, enquanto
sinal, quando é feita sob as duas espécies. Com efeito, nesta forma
manifesta-se mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico» (228). É a
forma habitual de comungar, nos ritos orientais.
OS FRUTOS DA COMUNHÃO
1391. A Comunhão aumenta a
nossa união com Cristo. Receber a Eucaristia na comunhão traz
consigo, como fruto principal, a união íntima com Cristo Jesus. De fato, o
Senhor diz: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu
nele» (Jo 6, 56). A vida em Cristo tem o seu fundamento no
banquete eucarístico: «Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo
Pai, também o que Me come viverá por Mim» (Jo 6, 57):
«Quando, nas festas do Senhor, os fiéis
recebem o corpo do Filho, proclamam uns aos outros a boa-nova de que lhes foram
dadas as arras da vida, como quando o anjo disse a Maria de Magdala:
"Cristo ressuscitou!". Eis que também agora a vida e a ressurreição
são conferidas àquele que recebe Cristo» (229).
1392. O que o alimento material produz
na nossa vida corporal, realiza-o a Comunhão, de modo admirável, na nossa vida
espiritual. A comunhão da carne de Cristo Ressuscitado, «vivificada pelo
Espírito Santo e vivificante» (230), conserva, aumenta e renova a vida da graça
recebida no Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa de ser alimentado
pela Comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até à hora da morte, em
que nos será dado como viático.
1393. A Comunhão afasta-nos do
pecado. O corpo de Cristo que recebemos na Comunhão é
«entregue por nós» e o sangue que nós bebemos é «derramado pela multidão, para
remissão dos pecados». É por isso que a Eucaristia não pode unir-nos a Cristo
sem nos purificar, ao mesmo tempo, dos pecados cometidos, e nos preservar dos
pecados futuros:
«Sempre que O recebemos, anunciamos a
morte do Senhor (231). Se nós anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a
remissão dos pecados. Se, de cada vez que o seu sangue é derramado, é derramado
para remissão dos pecados, eu devo recebê-lo sempre, para que sempre Ele perdoe
os meus pecados. Eu que peco sempre, devo ter sempre um remédio» (232).
1394. Tal como o alimento
corporal serve para restaurar as forças perdidas, assim também a Eucaristia
fortifica a caridade que, na vida quotidiana, tende a enfraquecer-se; e esta
caridade vivificada apaga os pecados veniais (233). Dando-Se
a nós, Cristo reaviva o nosso amor e torna-nos capazes de quebrar as ligações
desordenadas às criaturas e de nos radicarmos n'Ele.
«Uma vez que Cristo morreu por nós por
amor, quando nós fazemos memória da sua morte no momento do sacrifício, pedimos
que esse amor nos seja dado pela vinda do Espírito Santo; suplicamos
humildemente que, em virtude desse amor pelo qual Cristo quis morrer por nós,
também nós, recebendo a graça do Espírito Santo, possamos considerar o mundo
como crucificado para nós e sermos nós próprios crucificados para o mundo;
[...] tendo recebido o dom do amor, morramos para o pecado e vivamos para Deus»
(234).
1395. Pela mesma caridade que acende em
nós, a Eucaristia preserva-nos dos pecados mortais futuros. Quanto
mais participarmos na vida de Cristo e progredirmos na sua amizade, mais
difícil nos será romper com Ele pelo pecado mortal. A Eucaristia não está
ordenada ao perdão dos pecados mortais. Isso é próprio do sacramento da
Reconciliação. O que é próprio da Eucaristia é ser o sacramento daqueles que
estão na plena comunhão da Igreja.
1396. A unidade do corpo Místico: a
Eucaristia faz a Igreja. Os que recebem a Eucaristia ficam mais
estreitamente unidos a Cristo. Por isso mesmo, Cristo une todos os fiéis num só
corpo: a Igreja. A Comunhão renova, fortalece e aprofunda esta incorporação na
Igreja já realizada pelo Batismo. No Batismo fomos chamados a formar um só
corpo (235). A Eucaristia realiza esta vocação: «O cálice da bênção que
abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é
comunhão com o corpo de Cristo? Uma vez que há um único pão, nós, embora
muitos, somos um só corpo, porque participamos desse único pão» (1
Cor 10, 16-17):
«Se sois o corpo de Cristo e seus
membros, é o vosso sacramento que está colocado sobre a mesa do Senhor, é o
vosso sacramento que recebeis. Vós respondeis «Ámen» [«Sim, é verdade!»] àquilo
que recebeis e, ao responder, o subscreveis. Tu ouves esta palavra: «O corpo de
Cristo»; e respondes: «Ámen», Então, sê um membro de Cristo, para que o teu
«Ámen» seja verdadeiro» (326).
1397. A Eucaristia compromete-nos
com os pobres: Para receber, na verdade, o corpo e o sangue de Cristo
entregue por nós, temos de reconhecer Cristo nos mais pobres, seus irmãos
(237):
«Saboreaste o sangue do Senhor e não
reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta mesa, se não julgas digno de
partilhar o teu alimento aquele que foi julgado digno de tomar parte nesta
mesa. Deus libertou-te de todos os teus pecados e chamou-te para ela; e tu nem
então te tornaste mais misericordioso» (238).
1398. A Eucaristia e a unidade dos
cristãos. Perante a grandeza deste mistério, Santo Agostinho
exclama: «O sacramentum pietatis! O signum unitatis! O vinculum
caritatis! – Ó sacramento da piedade, ó sinal da unidade,
ó vínculo da caridade!» Quanto mais dolorosas se fazem sentir as divisões da
Igreja que rompem a comum participação na mesa do Senhor, tanto mais prementes
são as orações que fazemos ao Senhor para que voltem os dias da unidade
completa de todos os que crêem n' Ele.
1399. As Igrejas orientais que não
estão em comunhão plena com a Igreja Católica celebram a Eucaristia com um
grande amor. «Essas Igrejas, embora separadas, têm verdadeiros sacramentos; e
principalmente, em virtude da sucessão apostólica, o sacerdócio e a Eucaristia,
por meio dos quais continuam unidos a nós por vínculos estreitíssimos» (240).
Portanto, «uma certa comunhão in sacris é não só possível, mas
até aconselhável em circunstâncias oportunas e com aprovação da autoridade
eclesiástica» (241).
1400. As comunidades eclesiais saídas
da Reforma, separadas da Igreja Católica, «não [conservaram] a genuína e
íntegra substância do mistério eucarístico, sobretudo por causa da falta do
sacramento da Ordem» (242). É por esse motivo que a intercomunhão eucarística
com estas comunidades não é possível para a Igreja Católica. No entanto, estas
comunidades eclesiais, «quando na santa ceia fazem memória da morte e
ressurreição do Senhor, professam que a vida é significada na comunhão com
Cristo e esperam a sua vinda gloriosa» (243).
1401. Se urgir uma grave necessidade,
segundo o juízo do Ordinário os ministros católicos podem ministrar os
sacramentos (Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos) aos outros cristãos
que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica, mas que os pedem por sua
livre vontade: requer-se, nesse caso, que manifestem a fé católica em relação a
estes sacramentos e que se encontrem nas devidas disposições (244).
VII. A Eucaristia – «Penhor da futura
glória»
1402. Numa antiga oração, a Igreja
aclama assim o mistério da Eucaristia: «O sacrum convivium in quo
Christus sumitur: recolitur memoria passionis eius; mens impletur gratia et
futurae gloriae nobis pignus datur – Ó sagrado banquete,
em que se recebe Cristo e se comemora a sua paixão, em que a alma se enche de
graça e nos é dado o penhor da futura glória» (245). Se a Eucaristia é o
memorial da Páscoa da Senhor, se pela nossa comunhão no altar somos cumulados
da «plenitude das bênçãos se graças do céu» (246), a Eucaristia é também a
antecipação da glória celeste.
1403. Na última ceia, o
próprio Senhor chamou a atenção dos seus discípulos para a consumação da Páscoa
no Reino de Deus: «Eu vos digo que não voltarei a beber deste fruto da videira,
até o dia em que beberei convosco o vinho novo no Reino do meu Pai» (Mt 26,
29) (247). Sempre que a Igreja celebra a Eucaristia, lembra-se desta promessa,
e o seu olhar volta-se para «Aquele que vem» (Ap 1, 4). Na sua
oração, ela clama pela sua vinda: «Marana tha» (1Cor 16, 22),
«Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 20), «que a Tua graça venha e
que este mundo passe!» (248).
1404. A Igreja sabe que, desde já, o
Senhor vem na sua Eucaristia e que está ali, no meio de nós. Mas esta presença
é velada. E é por isso que nós celebramos a Eucaristia «expectantes
beatam spem et adventum Salvatoris nostri Jesu Christi – enquanto
aguardamos a feliz esperança e a vinda de Jesus Cristo nosso Salvador» (249),
pedindo a graça de ser acolhidos «com bondade no vosso Reino, onde também nós
esperamos ser ser recebidos, para vivermos [...] eternamente na vossa glória,
quando enxugardes todas as lágrimas dos nossos olhos; e, vendo-Vos tal como
sois, Senhor nosso Deus, seremos para sempre semelhantes a Vós e cantaremos sem
fim os vossos louvores, por Jesus Cristo nosso Senhor» (250).
1405. Desta grande esperança – dos
novos céus e da nova terra, onde habitará a justiça (251) –não
temos garantia mais segura nem sinal mais manifesto do que a Eucaristia. Com
efeito, cada vez que se celebra este mistério, «realiza-se a obra da nossa
redenção» (252) e nós «partimos o mesmo pão, que é remédio de imortalidade,
antídoto para não morrer, mas viver em Jesus Cristo para sempre» (253).
Resumindo:
1406. Jesus diz: «Eu sou o pão vivo
descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente [...] Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna [...], permanece em Mim, e Eu nele»
(Jo 6, 51.54.56).
1407. A Eucaristia é o coração e o
cume da vida da Igreja, porque nela Cristo associa a sua Igreja e todos os seus
membros ao seu sacrifício de louvor e de acção de graças, oferecido ao Pai uma
vez por todas na cruz; por este sacrifício, Ele derrama as graças da salvação
sobre o seu corpo, que é a Igreja.
1408. A celebração
eucarística inclui sempre: a proclamação da Palavra de Deus, a acção de graças
a Deus Pai por todos os seus benefícios, sobretudo pelo dom do seu Filho, a
consagração do pão e do vinho e a participação no banquete litúrgico pela
recepção do corpo e do sangue do Senhor Estes elementos constituem um só e
mesmo acto de culto.
1409. A Eucaristia é o memorial da
Páscoa de Cristo, isto é, da obra do salvação realizada pela vida, morte e
ressurreição de Cristo, obra tornada presente pela ação litúrgica.
1410. É o próprio Cristo, sumo e
eterno sacerdote da Nova Aliança, que, agindo pelo ministério dos sacerdotes,
oferece o sacrifício eucarístico. E é ainda o mesmo Cristo,
realmente presente sob as espécies do pão e do vinho, que é a oferenda do
sacrifício eucarístico.
1411. Só os sacerdotes
validamente ordenados podem presidir à Eucaristia e consagrar o pão e o vinho,
para que se tornem o corpo e o sangue do Senhor:
1412. Os sinais essenciais do
sacramento eucarístico são o pão de trigo e o vinho da
videira, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo, e o sacerdote
pronuncia as palavras da consagração ditas por Jesus durante a última ceia:
«Isto é o meu corpo, que será entregue por vós... Este é o cálice do meu
sangue...».
1413. Pela
consagração, opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e no
sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio
Cristo, vivo e glorioso, está presente de modo verdadeiro, real e substancial,
com o seu corpo e o seu sangue, com a sua alma e a sua divindade (254).
1414. Enquanto sacrifício, a
Eucaristia é oferecida também em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos
e para obter de Deus benefícios espirituais ou temporais.
1415. Aquele que quiser receber
Cristo na Comunhão eucarística deve encontrar-se em estado de graça. Se alguém
tiver consciência de ter pecado mortalmente, não deve aproximar-se da
Eucaristia sem primeiro ter recebido a absolvição no sacramento da Penitência.
1416. A sagrada Comunhão do corpo e
sangue de Cristo aumenta a união do comungante com o Senhor perdoa-lhe os
pecados veniais e preserva-o dos pecados graves. E uma vez que
os laços da caridade entre o comungante e Cristo são reforçados, a recepção
deste sacramento reforça a unidade da Igreja, corpo Místico de Cristo.
1417. A Igreja
recomenda vivamente aos fiéis que recebam a sagrada Comunhão quando participam
na celebração da Eucaristia; e impõe-lhes a obrigação de o fazerem ao menos uma
vez por ano.
1418. Uma vez que Cristo em pessoa
está presente no Sacramento do Altar; devemos honrá-Lo com culto de adoração.
«A visita ao Santíssimo Sacramento é uma prova de gratidão, um sinal
de amor e um dever de adoração para com Cristo nosso Senhor» (255).
1419. Tendo passado deste
mundo para o Pai, Cristo deixou-nos na Eucaristia o penhor da glória junto
d'Ele: a participação no santo sacrifício identifica-nos com o seu coração,
sustenta as nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar
a vida eterna e desde já nos une à Igreja do céu, à Santíssima Virgem e a todos
os santos.
1. São Tomás de Aquino, Summa
theologiae, 3. q. 65, a. 1. c: Ed. Leon. 12, 56-57.
2. São Tomás de Aquino, Summa
theologiae, 3. q. 65. a. 3. c: Ed. Leon. 12, 60.
3. Paulo VI, Const.
Ap. Divinae consortium naturae: AAS 63 (1971) 657: cf. Ordo
initiationis christianae adultorum, Praenotanda 1-2 (Typis Polyglottis
Vaticanis 1972) p. 7 [Iniciação cristã dos
adultos, Segunda Edição, Preliminares, 1-2 (Coimbra, Gráfica de Coimbra –
Conferência Episcopal Portuguesa, 1996) p. 9-10]
4. Cf. Concílio de Florença, Decretum
pro Armenis: DS 1314: CIC can 204, § 1. 849; CCEO can 675 § 1.
5. CatRom 2, 2, 5, p. 179.
6. Cf. Rm 6,
3-4; Cl 2, 12.
7. São Justino, Apologia 1,
61: CA 1, 168 (PG 6, 421).
8. Cf. Heb 10, 32.
9 Cf. 1 Ts 5, 5.
10. São Gregório Nazianzo, Oratio 40,
3-4: SC 358, 202-204 (PG 36, 361-364).
11. Vigília Pascal, Bênção da
água: Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis
1970), p. 283 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992, 315].
12. Cf. Gn 1, 2.
13. Vigília Pascal, Bênção da
água: Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis
1970). p. 283 [A tradução oficial portuguesa desta oração não inclui a metáfora
da «concepção»: «Logo no princípio do mundo, o vosso Espírito pairava sobre as
águas, prefigurando o seu poder de santificar»: Missal Romano, Gráfica
de Coimbra 1992, 315].
14. Vigília Pascal, Bênção da
água: Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis
1970), p. 283 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992. 3151.
15. Vigília Pascal, Bênção da
água: Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis
1970), p. 283 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992, 315].
16. Cf. Mt 3, 13.
17. Cf. Mc 16, 15-16.
18. Cf. Mt 3, 15.
19. CL Fl 2,
7.
20. Cf. Mt 3,
16-17.
21. Cf. Mc 10,
38; Lc 12, 50.
22. Cf. Jo 19, 34.
23. Cf.. 1 Jo 5, 6-8.
24. Santo Ambrósio, De
sacramentis 2, 2, 6: CSEL73, 27-28 (PL16, 425-426).
25. Cf. Act 2,
41: 8, 12-13; 10, 48; 16, 15.
26. Cf. Cl 2,
12.
27. Cf. Gl 3,
27.
28. Cf. 1
Cor 6, 11; 12, 13.
29. Cf. 1
Pe 23; Ef 5, 26.
30. Santo Agostinho, In
Iohannis evangelium tractatus 80, 3: CCL 36, 529 (PL 35, 1840).
31. II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum
Concilium, 64: AAS 56 (1964) 117.
32. II Concílio do Vaticano,
Const. Sacrosanctum Concilium, 65: AAS 56 (1964) 117;
cf. Ibid.,37-40: AAS 56 (1964) 110-111.
33. Cf. II Concílio do Vaticano,
Decr. Ad gentes, 14: AAS 58 (1966) 963: CIC can. 851.865 866.
34. Cf. CIC
can. 851, 2. 868.
35. Cf. Rm 6,
17.
36. Cf. Ordo Baptismi
parvulorum, 62 (Typis Polyglottis Vaticanis 1969) p. 32 [Celebração
do Baptismo das crianças, 62, Segunda edição típica (Coimbra, Gráfica
de Coimbra – Conferência Episcopal Portuguesa, 1994), p.61).
37. Cf. Gl 3,
27.
38. Cf. Fl 2,
15.
39. CIC
can.864; cf. CCEO. can.679.
40. II Concílio do Vaticano,
Decr. Ad gentes, 14: AAS 58 (1966) 962-963; cf. Ordo
initiationis christianae adultorum, Praenotanda 19 (Typis Polyglottis
Vaticanis 1972) p. 11 Iniciação cristã dos adultos. Segunda
Edição, Preliminares, 19 (Coimbra, Gráfica de Coimbra - Conferência Episcopal
Portuguesa. 1996) p. 26-27); Ibid., De tempore catechumenatus
eiusque ritibus 98, p. 36 [Ibid.. O tempo do catecumenado e os seus
ritos 98. p. 66].
41. II Concílio do Vaticano,
Decr. Ad gentes, 14: AAS 58 (1966) 963.
42. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 14: AAS 57 (1965) 19: cf. CIC can. 206.788.
43. Cf. Concílio de Trento, Sess. 5ª, Decretum
de peccato originali, can. 4: DS 1514.
44. Cf. Cl 1,
12-14.
45. Cf. CIC
can. 867: CCEO can. 868. § 1.
46. Cf. II Concílio do
Vaticano, Const. dogm. Lumen
Gentium, 11: AAS 57 (1965)
15-16; Ibid.,41: AAS 57 (1965) 47; Id., Const. past. Gaudium et
spes, 48: AAS 58 (1966) 1067-1069; CIC can. 774. § 2. 1136.
47. Cf. Act 16, 15.
33; 18, 8; 1 Cor 1, 16.
48. Cf. Sagrada Congregação da Doutrina
da Fé, Instr. Pastoralis actio, 4: AAS 72 (1980) 1139.
49. Cf. Mc 16, 16.
50. Cf. CIC can. 872-874.
51. Cf. II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum Concilium, 67: AAS 56 (1964) 118.
52. Cf. CIC
can. 861, § 1; CCEO can. 677, § 1.
53. Cf. CIC
can. 861, § 2.
54. Cf. 1
Tm 2, 4.
55 Cf. Mc 16,
16.
56. Cf. Jo 3,
5.
57. Cf. Mt 28,
20. Cf. Concílio de Trento, Sess. 7°, Decretum de sacramentis, Canones
de sacramento Baptismi, can. 5: DS 1618; II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium,14: AAS 57 (1965) 18: ID., Decr. Ad gentes, 5: AAS 58
(1966) 951-952.
58. Cf. Mc 16,
16.
59. II Concílio do Vaticano, Const.
past. Gaudium et spes. 22: AAS 58 (1966) 1043; cf. In.. Const. dogm. Lumen
Gentium, 16: AAS 57 (1965) 20; In. Decr. Ad gentes, 7:
AAS 58 (1966) 955.
60. Cf. Act 2,
38: Jo 3, 5.
61. Cf. Concílio de Florença, Decretum
pro Armenis: DS 1316.
62. Concílio de Trento, Decretum
de peccato originali, can. 5: DS 1515.
63. Cf. 2
Cor 5, 17.
64. Cf. Gl 4,
5-7.
65. Cf. 2
Pe 1, 4.
66. Cf. 1
Cor 6, 15; 12, 27.
67. Cf. Rm 8,
17.
68. Cf. 1
Cor 6, 19.
69. Cf. 1
Cor 6, 19.
70. Cf. 2
Cor 5, 15.
71. Cf. Ef 5,
21: 1 Cor 16, 15-16.
72. Cf. Jo 13,
12-15.
73. Cf. Heb 13,
17.
74. Cf. 1
Ts 5, 12-13.
75. Cf. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 37: AAS 57 (1965) 42-43; CIC can. 208-223: CCEO can 675, § 2.
76. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium. 11: AAS 57 (1965) 16.
77. Cf. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 17: AAS 57 (1965) 21; Id., Decr. Ad gentes. 7: AAS 58 (1966)
956; Ibid., 23: AAS 58 (1966) 974-975.
78. II Concílio do Vaticano,
Decr. Unitatis redintegratio, 3: AAS 57 (1965) 93.
79. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis
redintegratio, 22: AAS 57 (1965)105.
80. Cf. Rm 8, 29.
81. Cf. Concílio de Trento, Sess. 7ª,
Decretum de sacramentis, Canones de sacramentis in genere, can. 9: DS
1609: Ibid., Canones de sacramento Baptismi. can. 6: DS 1619.
82. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 11:AAS 57 (1965) 16.
83. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 10: AAS 57 (1965) 15-16.
84. Cf. Santo Agostinho, Epistula 98,
5: CSEL 34, 527 (PL 33, 362).
85. Cf. Ef 1,
13-14; 2 Cor 1, 21-22.
86. Santo Ireneu de Lião, Demonstratio
praedicationis apostolicae, 3: SC 62, 32.
87. Oração Eucarística I ou Cânone
Romano: Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis
1970), p. 454 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992, 521].
88. Cf. Concílio de Trento, Sess. Decretum
de sacramentis, Canones de sacramentis in genere, can. 9: DS
1609; Ibid., Canones de sacramento Baptismi. can.11: DS 1624.
89. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 16: AAS 57 (1965) 20.
90. Cf. Ordo
Confirmationis, Praenotanda 1 (Typis Polyglottis Vaticanas 1973) p. 16
[Celebração da Confirmação, Preliminares 1 (Coimbra, Gráfica de
Coimbra – Conferência Episcopal Portuguesa, 1991) p. 21].
91. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 11: AAS 57 (1965) 15: cf. Ordo
Confirmationis, Praenotanda 2 (Typis Polyglottis Vaticanis 1973) p. 16
[Celebração da Confirmação, Preliminares 2 (Coimbra, Gráfica de
Coimbra – Conferência Episcopal Portuguesa, 1991) p. 21].
92. Cf. Is 11.
2.
93. Cf. Lc 4,
16-22; Is 61, 1.
94. Cf. Mt 3,
13-17; Jo 1, 33-34.
95. Cf. Ez 36,
25-27; Jo 3, 1-2.
96. Cf. Lc 12,
12; Jo 3, 5-8: 7, 37-39; 16, 7-15; Act 1, 8.
97. Cf. Jo 20,
22.
98. Cf. Act 2,
1-4.
99. Cf. Act 2,
17-18.
100. Cf. Act 2,
38.
101. Cf. Act 8,
15-17; 19, 5-6.
102. Cf. Heb 6,
2.
103. Paulo
VI. Const. ap. Divinae consortium naturae: AAS 63 (1971) 659.
104. Cf. São Cipriano de Cartago,
Epistula 73, 21: CSEL 3/2, 795; (1996), CCL 3C. 556 (PL 3, 1169).
105. Cf. CCEO can. 695, § 1. 696. § 1.
106. Cf. Santo Hipólito de Roma, Traditio
apostolica, 21: ed. B. Botte
(Münster i.W. 1989) p. 50 e 52.
107. Cf. Dt 11,
14; etc.
108. Cf. Sl 23,
5: 104, 15.
109. Cf. Is 1,
6: Lc 10, 34.
110. Cf. 2
Cor 2, 15.
111. Cf. Gn 38,
18; Cf . 8, 6.
112. Cf. Gn 41,
42.
113. Cf. Dt 32.
34.
114. Cf. 1
Rs 21, 8.
115. Cf. Jr 32,
10.
116. Cf. Is 29,
11.
117. Cf. Jo 6,
27.
118. Cf. Ef 1,
13; 4, 30.
119. Cf. Ap 7,
2-3; 9. 4; Ez 9, 4-6.
120. Pontificale iuxta ritum
Syrorum Occidentalium id est Antiochiae, Pars I, Versio latina (Typis
Polyglottis Vaticanis 1941) p. 36-37.
121. Cf. II Concílio do Vaticano,
Const. Sacrosanctum Concilium, 71: AAS 56 (1964) 118.
122. Cf. CIC
can. 866.
123. Ordo Confirmationis, 25
(Typis Polyglottis Vaticanis 1973). p. 26 [Celebração da Confirmação, 25
(Coimbra, Gráfica de Coimbra — Conferência Episcopal Portuguesa, 1991) p. 33].
124. Paulo VI. Const. Ap. Divinae
consortium naturae: AAS 63 (1971) 657 [Celebração da Confïrmação, Const.
ap. sobre o Sacramento da Confirmação (Coimbra, Gráfica de Coimbra –
Conferência Episcopal Portuguesa. 1991) p. 19].
125. Rituale per le Chiese
orientali di rito bizantino in lingua greca, Pars 1 (Libreria Editrice
Vaticana 1954) p. 36.
126 Cf. Santo Hipólito, Traditio
apostolica, 21: ed. B. Botte
(Münster i.W. 1989) p. 54.
127. Cf. II Concílio do Vaticano,
Const. dogm. Lumen Gentium, 11: AAS 57 (1965) 15.
128. Cf. Concílio de Florença, Decretum
por Armenis: DS 1319: II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen
Gentium, 11: AAS 57 (1965) 15; Ibid., 12: AAS 57 (1965)
16.
129. Santo Ambrósio, De mysteriis, 7,
42: CSEL 73, 106 (PL 16, 402-403).
130. Cf. Concílio de Trento, Decretum
de sacramentis. Canones de
sacramentis in genere, can. 9: DS 1609.
131.Cf. Lc 24, 48-49.
132. São Tomás de Aquino, Summa
theologiae 3, q. 72, a. 5. ad 2: Ed. Leon. 12. 130.
133. Cf. CIC
can. 889. § 1.
134. CIC can.
890.
135. Cf. CIC
can. 891.883. 3.
136. São Tomás
de Aquino, Summa theologiae 3, q. 72. a. 8, ad 2: Ed. Leon. 12. 133.
137. Ordo Confirmationis, Praenotanda
3 (Typis Polyglottis Vaticanis 1973) p. 16 [Celebraçãoda Confirmação, Preliminares
3 (Coimbra, Gráfica de Coimbra – Conferência Episcopal Portuguesa. 1991) p.
12].
138. Cf. Act 1, 14.
139. Cf. Ordo
Confirmationis, Praenotanda 5 (Typis Polyglottis Vaticanis 1973) p. 17
[Celebração da Confirmação, Preliminares 5 (Coimbra, Gráfica de Coimbra
– Conferência Episcopal Portuguesa. 1991) p. 22]: Ibid., 6: (Typis
Polyglottis Vaticanis 1973) p. 17 [(Coimbra, Gráfica de Coimbra - Conferência
Episcopal Portuguesa. 1991) 22]: CIC
can 893, § 1-2.
140. Cf. II
Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 26: AAS 57 (1465)
32.
141. Cf. CIC
can. 883, § 2.
142. Cf. CIC
can. 882.
143. Cf. CIC.
can. 884, § 2.
144. Cf. CIC
can 883, 3.
145. II Concílio do Vaticano,
Sacrosactum concilium, 47: .AAS 56 (1964) 113.
146. Cf. II Concílio do
Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 11: AAS 57
(1965) 15.
147. II Concílio do Vaticano, Decr.
Presbyterorum ordinis, 5: AAS 58 (1966) 997.
148. Sagrada Congregação dos Ritos, Instr. Eucharisticum
mysterium, 6: AAS 59 (1967) 545.
149. Santo Ireneu de Lião, Adversus
haereses 4, 18, 5: SC 100, 610 (PG 7, 1028).
150. Cf. 1
Cor 11, 20.
151. Cf. Ap 19,
9.
152. Cf. Mt 14,
19; 15, 36; Mc 8, 6.19.
153. Cf. Mt 26,
26: 1 Cor 11, 24.
154. Cf. Lc 24,
13-35.
155. Cf. Act 2,
42.46: 20, 7.11.
156. Cf. 1
Cor 10, 16-17.
157. Cf. 1
Cor 11, 17-34.
158. Cf. Sl 116,
13.17.
159. Cf. 1
Pe 2, 5. '
160. Cf. Ml 1,
11.
161. Cf. 1
Cor 10, 16-17.
162. Cf. Constitutiones
apostolicae 8, 13, 12: SC: 336, 208 (Funk, Didascalia
et Constitutiones Apostolorum 1, 516); Didaké 9,5: SC
248, 178 (Funk, Patres apostolici 1, 22);Ibid. 10, 6:
SC 248. 180 (Funk, Patres apostolici 1, 24).
163. Santo Inácio de Antioquia, Epistula
ad Ephesios 20, 2: SC 10 bis, 76 (Funk 1, 230).
164. Cf. Sl 104,
13-15.
165. Cf. Oração Eucarística 1
ou Cânone Romano, 95: Missale Romanum, editio typica (Typis
Polyglottis Vaticanis 1970). p. 453 [Missal Romano, Gráfica de
Coimbra 1992. 521].
166. Cf. Dt 8, 3.
167. Cf. Mt 14, 13-21;
15, 32-39.
168. Cf. Jo 2, 11.
169. Cf. Mc 14, 25.
170. Cf. Jo 13, 1-17.
171. Concílio de Trento, Sess.
22ª, Doctrina de ss. Missae Sacrificio, c. 1: DS 1740.
172. Cf. Jo 6, 13
173. Cf. Mt 26, 17-29; Mc 14,
12-25; 1 Cor 11, 23-25.
174. II Concílio do Vaticano, Decr. Ad
gentes, 1: AAS 58 (1966) 947.
175. São Justino, Apologia, 1.
67: CA 1. 184-186 (PG 6. 429).
176. São Justino, Apologia, 1.
65: CA 1, 176-180 (PG 6. 428)
177. II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum
Concilium, 56: AAS 56 (1964) 115.
178. Cf. III Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Dei Verbum, 21: AAS 58 (1966) 827.
179. Cf. Lc 24, 13-35.
180. Cf. 1 Ts 2, 13.
181. Santo Ireneu de Lião, Adversus
haereses 4. 18, 4: SC 100,
606 (PG 7, 1027): cf. Mt 1. 11.
182. Cf. 1
Cor 16, 1.
183. Cf. 2 Cor 8, 9.
184. São Justino, Apologia, 1.
67, 6: CA 1, 186-188 (PG 6, 429).
185. Cf. Oração Eucarística 1
ou Cânone Romano, 90: Missale Romarum, editio typica
(Typis Polyglottis Vaticanis 1970). p.451 [Missal Romano, Gráfica
de Coimbra 1992, 518].
186 São Justino, Apologia, 1,
65: CA 1, 180 (PG 6, 428).
187. São Justino, Apologia, 1,
66, 1-2: CA 1. 180 (PG 6, 428).
188. Cf. Ex 13. 3.
189. Cf. Heb 7, 25-27.
190. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 3: AAS 57 (1965) 6.
191. Concílio de Trento, Sess.
22ª, Doctrina de ss. Missae Sacrificio, c. 1: DS 1740.
192. Concílio de Trento, Sess.
22ª, Doctrina de ss. Missae Sacrificio, c. 2: DS 1743.
193. Ibid.
194. Santo Inácio de Antioquia, Epistula
Ad Smyrnaeos 8, 1: SC 10bis. 138 (Funk 1, 282).
195. II Concílio do Vaticano, Decr. Presbyterorum
ordinis, 2: AAS 58 (1966) 993.
196. Concílio de Trento, Sess. 22ª,
Doctrina de ss. Missae Sacrificio, c. 2: DS 1743.
197. Santo Agostinho, Confissões 9,
II, 27: CCL 27, 149 (PL 32, 775): palavras de Santa Mónica,
antes de morrer, a Santo Agostinho e ao seu irmão.
198. São Cirilo de Jerusalém, Catecheses
mystagogicae 5, 9-10: SC 126, 158-160 (PG 30,
1116-1117).
199. Santo Agostinho, De
Civitate Dei 10, 6: CSEL 40/1, 456 (PL 41, 284).
200. Cf. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 48: AAS 57 (1965) 53.
201. Cf. Mt 25,
31-46
202. II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum
Concilium, 7: AAS 56 (1964) 100-101.
203. São Tomás de Aquino, Summa
theologiae 3, q. 73, a. 3, c: Ed. Leon. 12, 140.
204. Concílio de Trento, Sess.
13ª, Decretum de s.s. Eucharistia, can. 1: Ds 1651.
205. Paulo VI, Enc. Mysterium
fidei: AAS 57 (1965) 764.
206. São João Crisóstomo, De
proditione Iudae homilia 1, 6: PG 49, 380.
207. Santo Ambrósio, De
mysteriis 9, 50: CSEL 73, 110 (PL 16, 405).
208. Ibid.. 9, 52:
CSEL 73, 112 (PL 16, 407).
209. Concílio de Trento, Sess.
13ª, Decretum de ss. Eucharista, c. 4: DS 1642.
210. Cf. Concílio de Trento, Sess.
13ª, Decretum de ss. Eucharista. c. 3: DS 1641.
211. Paulo VI, Enc. Mysterium
fidei: AAS 57 (1965) 769.
212. Cf. Gl 2, 20.
213. João Paulo II, Ep. Dominicae
Cenae, 3: AAS 72 (1980) 119; cf. Enchiridion Vaticanum
7, 177.
214. Paulo VI, Enc. Mysterium
fidei: AAS 57 (1965) 757; cf. São Tomás de Aquino, Summa
theologiae, 3. q. 75, a. 1. c: Ed. Leon. 12, 156; São Cirilo de
Alexandria, Commentarius in Lucam 22, 19: PG 72, 912.
215. AHMA 50, 589.
216. Santo Ambrósio, De
Sacramentis, 5, 7: CSEL 73, 61 (PL 16, 447).
217 Santo Ambrósio, De
Sacramentis, 4, 7: CSEL73. 49 (PL 16. 437).
218. Oração Eucarística I
ou Cânone Romano, 96: Missale Romanum, editio typica
(Typis Polyglottis Vaticanas 1970). p.453 [Missal Romano, Gráfica
de Coimbra 1992. 521].
219. Cf. Mt 8, 8.
220. Rito da
Comunhão. 133: Missale Romanum, editio typica (Typis
Polyglottis Vaticanis 1970), p.474 [Missal Romano. Gráfica de
Coimbra 1992, 546).
221. Liturgia Bizantina.
Anáfora de São João Crisóstomo, Prece antes da Comunhão: F. E.
Brightman, Liturgies Eastern and Western (Oxford 1896) p. 394
(PG 63, 920).
222. Cf. CIC can.
919.
223.
Cf. CIC can. 916-917: AAS 75 (1983 II), pp. 165-166.
224. Os fiéis, no mesmo dia. só podem
receber a ss. Eucaristia uma segunda vez. Comissão Pontifícia para a
Interpretação Autêntica do Código de Direito Canónico, Responsa ad
proposita dubia, 1: AAS 76 (1984) 746.
225. II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum
Concilium, 55: AAS 56 (1964) 115.
226. Cf. Decr. Ecclesiarum Orientalium, 15:
AAS 57 (1965) 81.
227. Cf. CIC can. 920.
228. Instrução geral do Missal
Romano, 240: Missale Romanum, editio typica (Typis
Polyglottis Vaticanis 1970), p.68 [Missal Romano, Gráfica de
Coimbra 1992, 51].
229. Fanqîth. Breviarium iuxta
ritum Ecclesiae Antiochenae Syrorum, v. 1 (Mossul 1886) p.
237 a-b.
230. Cf. II Concílio do Vaticano, Decr. Presbyterorum
ordinis, 5: AAS 58 (1966)997.
231. Cf. I Cor 11, 26.
232. Santo Ambrósio, De
Sacramentis, 4. 28: CSEL 73, 57-58 (PL 16, 446).
233. Cf. Concílio de Trento, Sess. 13ª.
Decretum de ss. Eucharista, c. 2: DS 1638.
234. São Fulgêncio de Ruspas, Contra
gesta Fabiani 28, 17: CCL 91A, 813-814 (PL 65, 789).
235. Cf. 1 Cor 12, 13.
236. Santo Agostinho, Sermão 272:
PL 38, 1247.
237. Cf. Mt 25, 40.
238 São João Crisóstomo, In
epistulam I ad Corinthios, homilia 27. 5: PG 61, 230.
239. Santo Agostinho, In
Iohannis evangelium tractatus 26, 13: CCL 36. 266 (PL 35, 1613): cf.
II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum
Concilium, 47: AAS 56 (1964) 113.
240. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis
redintegratio, 15: AAS 57 (1965) 102.
241. II Concílio do Vaticano, Decr, Unitatis
redintegratio, 15: AAS 57 (1965) 102: ef. CIC can.844, § 3.
242. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis
redintegratio, 22: AAS 57 (1965) 106.
243. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis
redintegratio, 22: AAS 57 (1965) 106.
244. Cf. CIC can. 844. § 4.
245. Na solenidade do
santíssimo corpo e sangue de Cristo, Antífona do «Magnificat» das
Vésperas II: Liturgia Horarum, editio typica, v. 3 (Typis
Polyglottis Vaticanis 1973) p. 502 [Liturgia das Horas. v. 3
(Gráfica de Coimbra 1983) p. 621].
246. Oração Eucarística I ou
Cânone Romano. 96: Missale Romanum, editio typica
(Typis Polyglottis Vaticanis 1970), p.453 [Missal Romano. Gráfica
de Coimbra 1992, 521].
247. Cf. Lc 22, 18: Mc 14.
25.
248. Didaké 10, 6: SC
248, 180 (Funk, Patres apostolici 1, 24).
249. Rito de Comunhão, 126
[Embolismo depois do Pai Nosso]: Missale Romanum, editio
typica (Typis Polyglottis Vaticanis 1970), p.472 [a tradução oficial portuguesa
difere um pouco: «enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso
Salvador»: Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992, 5451:
cf. Tt 2, 13.
250. Oração Eucarística III,
116: Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis1970),
p. 465 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992, 535].
251. Cf. 2 Pe 3, 13.
252. II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 3: AAS 57 (1965) 6.
253. Santo Inácio de
Antiquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2: SC l0bis. 76
(Funk 1, 230).
254. Cf. Concílio de Trento, Sess.
13ª, Decretum de ss. Eucharistae. c.
3: DS 1640; Ibid., can.1: DS 1651.
255. Paulo VI, Enc. Mysterium
fidei: AAS 57 (1965) 771.
Retirado do site: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s2cap1_1210-1419_po.html.
Dia 15 de Outubro de 2013 às 13hrs e 39 minutos.
Comentário sobre o canto na Primeira Eucaristia
"É necessário uma catequese litúrgica e uma liturgia catequética"
Como vimos nos escritos acima não acho palavras para externar o quão belo é o Sacramento da Eucaristia, mas escrevo algumas palavras refletindo a frase acima "É necessário uma catequese litúrgica e uma liturgia catequética" e pensando na primeira Eucaristia creio que o canto deveria estar em consonância com a liturgia celebrada, ou seja se no dia da primeira eucaristia estivermos celebrando algum domingo do advento, quaresma, pascoa ou tempo comum as músicas devem externar o Mistério Pascal da liturgia do dia.
Ter uma verdadeira Catequese não é apenas inserir músicas de crianças, mas mostrar às crianças que elas estão preparadas a viver a liturgia de sua igreja seja qual tempo litúrgico for, trocar os cantos em função das crianças não existe, devemos lembrar aqui que os cantos estão a serviço da liturgia, por isso dizemos: - missa com criança e não missa de criança, a missa, o mistério é de Jesus Cristo, é ele que nos convida a celebra-Lo. Ensinar isto na catequese é sinal de maturidade para a vida cristã e litúrgica. Já presenciei trocar o Glória da missa por glorinhas, só por causa das crianças, vejam bem, como podemos querer que estas crianças quando adultas entendam a liturgia da igreja e a celebre bem? Isto depende de uma base sólida e eficiente.
Observação: Lembrando que para se alterar alguma missa ou liturgia somente com autorização do Bispo, ele é o Liturgo por excelência, cabe a Ele autorizar ou não a mudança na liturgia.
Utilizem os cantos da liturgia celebrada, se for inserir algum canto mais infantil que seja então na pós-comunhão ou na saída, mas que o bom senso prevaleça e se a celebração estiver demasiadamente longa evite o canto pós comunhão, faça apenas o de saída.
Rogério Bucci
Coordenador Diocesano do Canto liturgico
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O Sacramento do Matrimonio
“Cantando o Amor de Deus”
1. Um olhar para a realidade...
Falar da celebração do matrimônio é um desafio para quem se atreve. Infelizmente, o que vemos em nossas comunidades é mais um ato de status do que a celebração do Amor de Deus pela humanidade, celebrada no amor humano. Quando casais de noivos vêm às nossas paróquias para marcar seu casamento, chegam com tudo já estabelecido pela questão social. E não é por menos que surgem conflitos desagradáveis ao se depararem com as orientações da Igreja, a respeito da celebração do matrimônio. Grande parte deles não possuem o mínimo de conhecimento litúrgico sobre o sacramento que irão receber, muito menos sobre as normas litúrgicas e o valor eclesial da celebração deste sacramento. Quando se trata das músicas para a celebração, percebe-se uma total ignorância a esse respeito. Trazem sugestões de músicas que não condizem nem um pouco com a ação ritual. Muitas músicas são escolhidas por questões sentimentais, subjetivas. Está errado. Está tudo errado! Há uma “indústria do matrimônio” que, consciente e/ou inconscientemente, ignoram as orientações litúrgicas do sacramento. Existem também corais especializados em cantar nos casamentos. Nossas paróquias também entraram nesta onda. Por outro lado, muitos padres, para não criarem situações desagradáveis, preferem deixar de lado toda e qualquer orientação litúrgica a respeito do matrimônio, principalmente em relação à música que se deve cantar. Nos cursos de noivos, prefere-se dar mais atenção às questões sobre: planejamento familiar, método natural entre outros assuntos, e quase nada trabalham o aspecto litúrgico do casamento. Também percebe-se pouca produção a este respeito por parte dos liturgistas. São raros os que se atrevem. Mas é necessário que tenhamos olhos atentos sobre este tema, para que possamos promover uma verdadeira ação ritual em torno deste sacramento.
No presente texto, buscaremos clarear um pouco o sentido teológico e litúrgico do sacramento do matrimônio, para depois refletirmos sobre o canto e musica litúrgica na celebração do casamento. É lógico que não faremos um tratado teológico sobre o matrimônio, mas alguns apontamentos para uma melhor compreensão do sacramento.
2. O Matrimônio na Sagrada Escritura
A realidade que a Bíblia aborda em relação ao matrimônio, não é muito diferente daquela que vivemos hoje: infidelidade, adultério, egoísmo, desajustes familiares, falta de diálogo... Lançaram-se para descobrir a origem de tanta desordem na vivência conjugal e, logo de cara, descobriram que no início não foi assim, “Moisés permitiu o divórcio porque vocês são duros de coração. Mas não foi assim desde o início” (Mt 19,8). Contemplaram a grandiosidade do ideal do matrimônio e a missão da família na história humana. Deus criou o homem à sua imagem, “os criou homem e mulher” (Gn 1,27). Deus os criou para a complementariedade. O casal humano adquire, através do ato criador de Deus, a mesma dignidade e identidade de ser: “Deus os abençoou” (Gn 1, 28). “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne” (Mc 10,7). O homem e a mulher foram criados um para o outro e ambos para Deus. Mas o casal humano experimenta o desvio (cf. Gn 3,4-6). Fecha-se em si, no seu eu, numa liberdade sem referência. Tendo se distanciado de Deus, o casal se desequilibra, perde seu horizonte dentro do plano de Deus (cf. Gn 3,7-10). Este desequilíbrio afeta o relacionamento entre o homem e a mulher (ou: relacionamento do casal) e a própria missão da família no mundo. Começam as acusações, os sofrimentos... “Foi a mulher que tu me deste: ela me apresentou o fruto e comi...” (Gn 3,12).
Diante desta desordem, das infidelidades, Deus segue uma longa pedagogia, fazendo com que o povo amadureça, até abraçar o ideal evangélico trazido por Jesus. A Antiga Aliança reflete bem a “dureza de coração” (Mt 19-8). Mas, mesmo com as inúmeras infidelidades, Israel tem consciência de ser o “povo eleito”. A melhor expressão para revelar o amor de Deus para com seu povo é o amor do esposo para com a esposa (cf. Os 2,21-22). Porém, o povo não é fiel a esta Aliança. Mas Deus, o esposo, é misericordioso, paciente e sempre perdoa essas infidelidades.
Cristo prega a volta às origens. O papa João Paulo II, na “Familiaris Consortio” diz que: “A comunhão entre Deus e os homens encontra o seu definitivo cumprimento em Jesus Cristo, o Esposo que ama e se doa como Salvador” (nº. 13). O matrimônio torna-se, assim, sacramento da Nova Aliança. E é o Espírito Santo que torna o homem e a mulher capazes de se amarem como Cristo nos amou. Esta inserção na Nova Aliança se dá pelo batismo. Em virtude da sacramentalidade do matrimônio, o vínculo estabelecido entre homem e mulher atinge sua indissolubilidade. O amor conjugal é testemunha do Amor Salvador de Cristo pela humanidade, ao doar-se totalmente na Cruz. O sacramento do matrimônio é memória, atualização deste Amor de Cristo por nós. O amor conjugal engloba a totalidade do ser humano: corpo, sentimento, afetividade, aspirações... e dirigi-se a uma unidade profundamente pessoal que, mais do que “uma só carne” os torna “um só coração”.
3. Aspectos Teológicos do Matrimônio
Ao falarmos dos aspectos teológicos do matrimônio, evidentemente estaremos falando da liturgia. Nas origens da Igreja, teologia e liturgia não se separavam. Da mesma forma, não pode haver oposição entre evangelização e sacramentos. Ambos se complementam.
Os sacramentos se destinam ao culto a ser prestado a Deus. Na ação ritual acontece um duplo movimento: o homem glorifica a Deus, seu Criador, e Deus santifica o homem, sua criatura. A Constituição Sacrosanctum Concilium (SC) afirma que: “A liturgia é o cume para o qual tende toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte donde emana toda a sua força” (SC 10). Quando falamos em liturgia, pensamos em toda a ação ritual da Igreja. Isto inclui principalmente a celebração dos sacramentos e, no nosso caso, o sacramento do matrimônio. Os sacramentos supõem a fé e ao mesmo tempo a alimenta e fortalece. A graça sacramental exige uma resposta pessoal e só produz efeito quando esta resposta é integral e sincera. Exige uma recepção consciente e ativa. Por isso, é necessária uma boa catequese sobre o sacramento do matrimônio. Os sacramentos não são coisas e nem produzem efeitos mágicos, como às vezes se pensa. Sempre apelam para uma resposta consciente. Exige, pelo menos, fé de quem os recebe.
Teologicamente, os sacramentos são sinais que simbolizam a graça que produzem e conferem. São gestos do amor de Cristo que um dia doou sua própria vida pela salvação da humanidade, que, hoje, é atualizada pela celebração dos sacramentos. Recordam o amor com que Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Esta doação é desinteressada, gratuita. O matrimônio simboliza este amor. Participa dele. Deste modo, os nubentes devem se entregar generosamente, desinteressadamente e radicalmente.
São vários os gestos e símbolos sacramentais no matrimônio: dar as mãos, consentimento, as alianças, etc. Todos estes gestos e sinais nos ajudam a concretizar o que o sacramento significa.
No matrimônio, os ministros são os próprios nubentes. Isto se dá pelo sacerdócio comum conferido no batismo. Sendo ministros do sacramento, exige-se deles a mesma consciência, formação e responsabilidade que se exige dos demais ministros: fé, estado de graça e vivência comunitária.
Portanto, é mais do que urgente pensarmos numa catequese matrimonial adequada, que ajude os casais a celebrar dignamente o matrimônio.
4. A liturgia do Sacramento do Matrimônio
Assim como toda a liturgia, o matrimônio não é um acontecimento que diz respeito apenas a quem se casa. É um acontecimento comunitário. Celebra-se a dimensão cristã e eclesial. Por este motivo, todos os envolvidos na ação ritual devem preparar com a devida atenção a celebração do sacramento. A celebração deve atingir todos na comunidade. A assembléia deve participar escutando com atenção as leituras, a homilia, fazendo silêncio, participando dos gestos previstos, respondendo as aclamações e acompanhando os nubentes naquilo que a eles compete. Embora a celebração do matrimônio comporte um caráter social, ela é essencialmente uma ação eclesial. É a fé da Igreja que se celebra. O presidente da celebração deve favorecer uma participação plena, consciente e ativa de toda a assembléia. É oportuno que a paróquia tenha uma equipe litúrgica que se preocupe com a celebração do matrimônio. A equipe cuidará da preparação da celebração, da ornamentação, orientará e acolherá os nubentes, familiares e convidados, executará os cantos litúrgicos. Esta equipe deverá se reunir algumas vezes para aprofundar a dimensão litúrgica do sacramento do matrimônio e de sua preparação. Cabe também, fazer uma preparação litúrgica com os noivos para que tenham conhecimento do rito do matrimônio. Este encontro, a própria equipe poderá realizar. É necessário também esclarecer a respeito das músicas a serem executadas durante a celebração, conforme as orientações litúrgicas. Devem orientá-los a respeito das fotos, filmagem, etc.
5. O problema da Música na Celebração do Matrimônio
A questão do canto e música na celebração do matrimônio constitui um verdadeiro desafio pastoral para a Igreja hoje. A Instrução Musicam Sacram diz: “nada se introduza de meramente profano ou menos condizente com o culto divino” (43). Esta instrução se aplica de modo especial na celebração do matrimônio. O que vemos nos dias de hoje, é um abuso consciente ou inconsciente, no campo da música na celebração do matrimônio. Utilizam-se músicas que ferem expressamente o caráter sacramental do matrimônio. São músicas das mais estranhas proveniências, tais como: temas de filmes, sucessos das pistas, entre tantas outras, que evocam mais um sentimento subjetivo dos nubentes, do que a própria natureza da liturgia. Gostaria de citar apenas algumas músicas como: “Eu sei que vou te amar”, “Rei Leão”, “Titanic”, “Ghost”, “O Guarda Costas”, “A Bela e a Fera” e “O Fantasma da Ópera”... Tais músicas estão fora de tudo o que é previsto liturgicamente. Mas, para não ter confrontos com os nubentes, muitos padres e equipes preferem não forçar uma música mais adequada para a liturgia. A prevenção da Instrução Musicam Sacram é perfeitamente justificada. Precisamos trabalhar para um repertório litúrgico-musical mais adequado. No fascículo 4, do Hinário Litúrgico da CNBB, podemos encontrar boas sugestões de canto para a celebração do matrimônio. Mas este repertório precisa ser aumentado, com músicas que correspondam mais à nossa época e à cultura do nosso povo. Precisamos compor músicas para cada momento ritual da celebração, que expressem a verdadeira natureza da liturgia e do sacramento em questão. Eis aí uma batalha que precisa ser travada: uma catequese litúrgico-musical com os noivos e, ao mesmo tempo, a ampliação de um repertório específico para o Sacramento do Matrimônio. Se queremos combater os abusos, precisamos ter o que oferecer!
6. O Canto Litúrgico na celebração do Matrimônio
A música participa da mesma finalidade da liturgia: glorificação de Deus e santificação do homem. Ela não é um adorno, mas parte integrante e necessária da ação litúrgica (cf. SC 112). A mesma Constituição afirma que “a música será tanto mais santa quanto mais intimamente estiver unida à ação litúrgica” (SC 112). Isto vale para a música na celebração do matrimônio. Pio X no Motu Proprio Tra Le Sollecitudini diz que o ofício da música litúrgica é “revestir de adequadas melodias o texto litúrgico” (nº. 1). Por isso, a música na celebração do matrimônio submete-se à finalidade última da própria liturgia. “Na medida do possível, celebrar-se-ão com canto os Sacramentos e Sacramentais” (Musicam Sacram, 43).
Quanto às músicas a serem executadas na celebração do matrimônio deve-se obedecer três aspectos:
1. Aspecto Litúrgico: o texto, a forma, o estilo da música deve estar em sintonia com a natureza da liturgia.
2. Aspecto Musical: deve ser técnica, estética e boa.
3. Aspecto Pastoral: a música deve ajudar a assembléia a participar adequadamente da celebração.
A questão é de caráter religioso-litúrgico, isto é, na celebração não se deve fazer música pela música, mas ela deve possibilitar a comunicação profunda com o Mistério da Salvação na liturgia. A música tem uma função ministerial, ela está a serviço da liturgia. O critério fundamental é: quanto mais a música estiver integrada à ação litúrgica, ritual, tanto mais ela será litúrgica e adequada. O Papa João Paulo II, no Quirógrafo sobre a Música Sacra diz: “Os vários momentos litúrgicos exigem, de fato, uma expressão musical própria, sempre apta a fazer emergir a natureza própria de um determinado rito” (nº. 5).
7. O que cantar e quando cantar na Celebração do Matrimônio
Até agora nossa reflexão se preocupou com o Sacramento do Matrimônio nos seus aspectos bíblico, teológico e litúrgico. Somente compreendendo a natureza teológica e litúrgica deste sacramento poderemos então, tratar dos cantos específicos na celebração do matrimônio. O ideal é que o matrimônio seja celebrado dentro da missa. Mas a prática pastoral tem reservado este modo de celebrar para aqueles casais que possuem uma vivência eclesial participativa e consciente. Normalmente utiliza-se o Rito do Matrimônio sem Missa. Há várias razões para isto. Uma delas são as celebrações realizadas seqüencialmente e o péssimo costume das noivas atrasarem. Outra razão é que a celebração da eucaristia pressupõe fé e consciência e muitos dos que participam das celebrações de casamentos não a possuem adequadamente. Seria necessária uma catequese e isto nem sempre é possível. Quando o matrimônio é celebrado dentro da missa, as orientações a respeito do canto litúrgico seguem as da missa. Não se deve introduzir nada que seja estranho ao ambiente religioso.
Como a maioria dos matrimônios são celebrados fora da missa, vamos nos concentrar no Rito do Matrimônio sem Missa.
8. Cantar o Sacramento do Matrimônio
Como o Matrimônio se destina ao desenvolvimento e à santidade do povo de Deus, a sua celebração é essencialmente comunitária. A liturgia é o culto público da Igreja. Nela, toda a comunidade é convidada a participar. Por este motivo, não se deve celebrar o Matrimônio em lugares fechados, onde a participação de qualquer fiel seja impedida. Por ser o culto da Igreja reunida, devem-se evitar outros ambientes que não possuam a índole religiosa. Por isso não se celebra o casamento em chácaras, clubes, etc. É celebrado sempre na igreja, lugar oficial do culto da comunidade cristã.
O atual Ritual do Matrimônio se preocupa em apresentar uma celebração mais significativa e participada, criando um ambiente religioso e sagrado, eliminando tudo o que é profano. A música e o canto são meios privilegiados para promover esta participação. “Os cantos escolhidos sejam de acordo com o Rito do Matrimônio, exprimindo a fé da Igreja” (Introdução Geral do Ritual do Matrimônio, 30).
Falar dos cantos litúrgicos na Celebração do Matrimônio é um verdadeiro desafio. Quase não há bibliografia sobre esta matéria. Os autores litúrgicos trabalham exaustivamente a teologia, a liturgia, o rito, menos o canto litúrgico para este sacramento. Com certeza, por falta de uma reflexão adequada e, conseqüentemente, por ignorância de muitos, deram-se os abusos no campo da música, que hoje tentamos corrigir.
Procurarei (As expressões anteriores estão na terceira pessoa do plural – grifadas por mim, na cor rosa. Seria bom padronizar, conforme sua escolha) levar em conta o costume comum e, em relação aos cantos e músicas na celebração do matrimônio, estabelecer, a partir da teologia e da liturgia do sacramento, a função ritual de cada canto. Mas fica o desafio para aqueles que são peritos em liturgia para darem um pouco mais de atenção a este respeito.
8.1. Canto de Entrada dos Noivos:
Este canto é previsto no Ritual do Matrimônio. O ritual prevê que o sacerdote acolha os noivos a porta da igreja. Em seguida, faz-se a procissão de entrada até o altar. Enquanto acontece a procissão, canta-se um canto de entrada. Pastoralmente, isto não tem sido possível. Não é preciso dizer as razões. Mas é ideal que seja segundo a prescrição que está no ritual. O que acontece normalmente é a entrada do noivo, seguida da entrada da noiva, enquanto o sacerdote os espera no altar.
Para a entrada dos noivos, o canto deve expressar o sentido da celebração. No matrimônio humano, celebramos o Amor de Deus pela humanidade inteira. Portanto, o canto de entrada deve expressar este mistério, o mistério do Amor de Deus realizado no amor humano. Este canto tem por finalidade abrir a celebração, unir os corações em torno do mistério do Amor de Deus, que atingiu a plenitude na doação da vida de Jesus Cristo para salvação de todos. Sendo assim, este canto não evoca somente os sentimentos do casal, mas de toda a comunidade reunida. Portando, não se trata de um canto qualquer.
Eis um exemplo de canto de entrada:
Eis um exemplo de canto de entrada:
1. Duas vidas a fé celebrando / a pulsar já num só coração, / para o altar vão na paz caminhando, / na certeza do amor-comunhão.
Refrão: Também Cristo, à Igreja se unindo / no mais santo e sublime esponsal, / fez do amor, entre esposos tão lindo, /sacramento do amor eternal.
2. O Senhor, vindo a nós, na alegria, / na harmonia de um lar quis nascer! / Matrimônio é então liturgia, / que faz vidas em Deus florescer!
(Hinário Litúrgico, Fasc. 4 – CNBB)
Este canto expressa bem a índole do canto de abertura. É a liturgia que celebramos junto com a união dos noivos. Desta união, toda a Igreja participa, alegra-se e abençoa. Deixa bem claro o amor de Cristo pela Igreja e a natureza do matrimônio.
8.2. Salmo Responsorial
A Liturgia da Palavra da celebração do matrimônio é bem rica. “A Liturgia da Palavra tem grande importância para a catequese que se deve fazer sobre o próprio sacramento e os deveres conjugais...” (Ritual do Matrimônio, 34). Além do texto bíblico escolhido para a celebração, é conveniente que se escolha um salmo. O próprio ritual apresenta uma seleção de salmos que podem ser usados na celebração. O salmo é uma resposta orante e por natureza foi composto para ser cantado. É Palavra de Deus e por isso merece toda a atenção assim como as demais leituras. Existem boas melodias para a execução do salmo. O modo mais apropriado e comum entre nós é como responso,: o salmista entoa as estrofes enquanto a assembléia responde com o refrão. Vale mencionar o maravilhoso trabalho feito pela Ir. Miria T. Kolling, no livro “Cantando os salmos e aclamações”. Este material, além das partituras, está gravado em cds.
8.3. Canto de Aclamação ao Evangelho
Antes da proclamação do Evangelho é oportuno entoarmos o canto de aclamação ao evangelho. que, por sua própria natureza, é uma aclamação, um viva a Jesus que vem nos falar. Assim como Jesus está presente na Eucaristia, ele também está presente na Palavra proclamada. A aclamação ao evangelho é uma preparação. Deve criar um clima de expectativa, de prontidão. É um canto vibrante e alegre. A música deve traduzir este entusiasmo. Com ritmo marcado, deve comunicar exultação, alegria... A aclamação deve ser cantada por toda a assembléia.
Exemplo:
Refrão:
Viva Jesus, / que vai agora nos falar,
Mulher e homem, ó Senhor, vem libertar.
Deus é amor, caridade.
Se Deus nos amou deste modo,
Também nós nos devemos amar.
(Hinário Litúrgico, Fasc. 4 – CNBB)
8.4. Bênção das Alianças
O Rito do Matrimônio propriamente dito acontece somente depois da Liturgia da Palavra. O rito consta de: diálogo, consentimento, bênção e entrega das alianças. Neste momento é costume fazer um canto. Normalmente faz-se a Ave Maria. Na verdade não se deveria haver canto neste momento, durante as palavras, que devem ser ouvidas por todos, sem algo que possa atrapalhar. Não existe música de fundo neste momento. Não há lugar também para a Ave Maria na liturgia do matrimônio. Quanto termina a entrega das alianças, aí sim poderia ser feito um canto. Mas este canto deve expressar o verdadeiro significado deste ato. As alianças que os nubentes entregam um ao outro não são apenas sinal de fidelidade e de amor entre ambos, mas significa o amor que Deus sente por todos os homens. São um selo de fidelidade. O casal que se torna fiel no amor conjugal torna-se igualmente fiel ao amor que Deus tem pelo seu povo. Quem é infiel no casamento quebra a Aliança com Deus.
Exemplo:
1-Aliança em meu dedo / é riqueza em minha mão, / ao vê-la, vês meu segredo: / tem dono o meu coração.
Refrão: Ó Pai, fizestes Aliança / com vosso povo na história: / vós sois a nossa esperança / neste momento de glória; / que a vossa fidelidade / encha o nosso coração, / para ser linda verdade / a aliança na nossa mão!
2. A eternidade se esconde / nesta aliança pequenina: / começa, não sabes onde, / nem sabes onde termina.
(Hinário Litúrgico, Fasc. 4 – CNBB)
8.5. Canto de Comunhão (quando houver)
O Ritual do Matrimônio prevê que, quando houver comunhão eucarística, pode-se fazer um canto apropriado. Aqui vale os mesmos princípios para o canto de comunhão na celebração da eucaristia: deve expressar a comunhão das vozes enquanto se comunga. É um canto alegre e de índole comunitária, pois comungar é fazer comunhão com os irmãos e irmãs de fé. O próprio significado do canto de comunhão exige que dele todos participem. Quando há comunhão eucarística, a prática comum é somente o casal comungar. Às vezes, pais e padrinhos também participam da comunhão eucarística. Porém, é bom lembrar que a comunhão eucarística é própria da celebração da missa. Portanto, deve-se conduzir os fiéis para a participação na celebração da eucaristia. O canto deve expressar o amor de Deus no amor do casal, no amor humano.
Exemplo:
1. Os olhos do meu amado / refletem a luz do amor. / Quando os olhos são brilhantes, / são de Deus o esplendor!
Refrão: Eu sou para o meu amado / meu amado é para mim. / O amor faz o casamento, /foi Jesus que quis assim!
2. A face do meu amado / é o sol que me dá calor. / Nós somos imagem de Deus, / demonstrando seu amor!...
(Hinário Litúrgico, Fasc. 4, pág. 69)
8.6. Músicas na hora dos cumprimentos
É costume, enquanto o casal cumprimenta os pais e padrinhos, algumas músicas serem cantadas. Neste momento, principalmente, acontecem grandes abusos. Temas de filmes, músicas espiritualistas, sucessos das pistas, entre outras tantas, são executadas neste momento. Um erro grave que deve ser corrigido com determinação. Os motivos que os noivos dão são muitos: “esta música tocou meu coração”, “marcou o nosso namoro” (tirei o efeito itálico, pois está entre aspas), etc. Mas estes motivos não justificam tamanho abuso. Volto a lembrar o que diz a Instrução Musicam Sacram: “não se introduza na celebração nada que seja puramente profano ou pouco compatível com o culto divino” (MS 43). O que se canta é o Amor de Deus que é testemunhado na união entre o homem e a mulher, no amor conjugal. Porém, a liturgia permite, de certo modo, o uso de músicas instrumentais e algumas obras clássicas na liturgia. Mas, mesmo em relação a estas músicas, devem-se ter critérios para sua escolha. Sobre isto, falaremos mais adiante. Na saída do casal pode-se entoar um outro canto, ou executar uma música instrumental enquanto saem pelo corredor central. O princípio é o mesmo que dos demais cantos.
9. Músicas instrumentais e clássicas na Celebração do Matrimônio
Embora a música instrumental não seja parte necessária e integrante da liturgia, ela pode ser propícia para alguns momentos. A música cristã é, em primeiro lugar, essencialmente vocal. A música instrumental pode se tornar litúrgica em segundo plano, acompanhando o canto, auxiliando no rito. Ela pode promover ricos momentos de quietude e profunda interiorização. Mas fica sempre o primado da voz humana. A música instrumental não pode perturbar os corações e nem desviar as atenções do Mistério celebrado. A admissão da música instrumental na celebração litúrgica não se dá pelas suas próprias características, mas pela relação que ela deve estabelecer com a ação ritual. As condições de sua utilidade devem ser pastorais e litúrgicas, favorecendo a oração, a edificação da assembléia e a dignidade do templo. Mesmo que possa ser mais livre que a música litúrgica, deve participar de sua dignidade e finalidade. Existem várias obras clássicas que podem ser usadas na celebração do matrimônio. O importante é observar as regras gerais, para que não se utilize qualquer música instrumental. Deve-se evitar, por exemplo, músicas dos cantores Enya, Kenny G, Vangelis, Ray Connyf, temas de filmes, novelas, música instrumental romântica, entre outras. Estas não se justificam pelo fato de serem praticamente instrumentais. Entre as músicas clássicas que podem ser utilizadas, indico: Messias (G.F. Haendel), Ave-Maria (F. Schubert e Gounod), Pompa e Circunstância (E. Elgar), Adágio em Sol Maior (Albinoni), Jesus alegria dos homens (J. S. Bach), podendo ser tocadas para saida dos noivos.
10. Os grupos especializados em cantar nos casamentos
Existem hoje muitos grupos, corais e orquestras que se especializaram em cantar e tocar nos casamentos. O problema é que, na maioria dos casos, não possuem uma adequada formação litúrgica para atuarem nas celebrações. São profissionais da música, mas não ministros do canto litúrgico com as devidas qualidades. Sem falar que isto se tornou um negócio rentável. O canto é o meio mais eficaz de se conseguir a participação da assembléia. Mesmo os grupos de cantores devem participar ativamente da ação litúrgica. Em princípio, a animação do canto na celebração do matrimônio, deve ser exercida pelos grupos e coros da própria comunidade. Porém, muitas comunidades ainda não se dispõem de grupos com repertório e formação adequada para atuarem neste campo. Por isso, se recorre aos grupos especializados em músicas para casamentos. A animação da música litúrgica não exige somente competência musical, mas também sensibilidade religiosa, fé e familiaridade com os ritos dos sacramentos. Estas qualidades dificilmente se encontrarão nos grupos especializados. É de suma importância então, fazer uma catequese litúrgica e musical com estes grupos, para que eles possam se adequar à finalidade da própria liturgia. Esta catequese deve aprofundar os elementos dos ritos litúrgicos, o caráter sagrado do culto e do templo, a identidade da música litúrgica e sua função ritual, o repertório para a celebração do matrimônio...
11. Uma palavra final
Nota-se de todos os lados pouca atenção para este importante Sacramento da Igreja. É urgente que liturgistas, compositores, padres, agentes da liturgia e da pastoral matrimonial façam uma reflexão séria sobre a celebração e a música na celebração do matrimônio. Embora se exija uma música que seja litúrgica para o casamento, o repertório ainda é muito escasso. O desafio está aí! Precisamos enfrentá-lo com coragem e determinação. Precisamos resgatar o valor sacramental do matrimônio e corrigir os erros e abusos cometidos em sua celebração. Por seu valor não somente religioso, mas para a própria família humana, precisamos dar a devida atenção para o Sacramento do Matrimônio e sua celebração.
Bibliografia
1. Documentos da Igreja sobre a Música Litúrgica. São Paulo: Paulus, 2005.
2. CNBB. Estudo sobre os cantos da missa. Estudo 12. São Paulo: Paulinas, 1976.
3. CNBB. A Música Litúrgica no Brasil. Estudo 79. São Paulo: Paulus, 1999.
4. BECKHÄUSER, Fr. Alberto. Cantar a Liturgia. Petrópolis: Vozes, 2004.
5. CELAM. Manual de Liturgia III. São Paulo: Paulus, 2005.
6. BOROBIO, Dionísio. Pastoral dos Sacramentos. Petrópolis: Vozes, 2000.
7. BORTOLINI, José. Os Sacramentos em sua vida. São Paulo: Paulus, 1981.
8. CHARBONNEAU, Paul-Eugène. Curso de preparação ao casamento. São Paulo: Herder, 1971.
9. SCHEID, Dom Eugênio O. (coord.). Preparação para o casamento e para a vida familiar. Aparecida: Santuário, 1989.
SUGESTÕES DE CANTOS PARA O SACRAMENTO DO MATRIMONIO:
Canto de entrada do noivo com as testemunhas
Alegrai-vos, irmãos......................................................................................................................23
Duas vidas a fé celebrando.........................................................................................................24Vinde louvai nosso Deus.............................................................................................................25
Do mesmo sopro divino ..............................................................................................................26
Nosso pais...................................................................................................................................27
Convivência.................................................................................................................................29
Vou te dar uma companheira......................................................................................................31
Canto de entrada das daminhas
Ave Maria....................................................................................................................................32
Ave Maria toda essa graça.........................................................................................................33Yasmim.......................................................................................................................................34
O Amor de Deus..........................................................................................................................35
Doce é sentir...............................................................................................................................36
Creio em ti...................................................................................................................................37
Deus é amor................................................................................................................................38
Canto de entrada da noiva
Quão formosa és ........................................................................................................................39
Eu sou para o meu amado..........................................................................................................40
O casal feliz da galiléia ..............................................................................................................41
O amor do vosso Deus vos una .................................................................................................42
Vem a mim, vem amiga...............................................................................................................43
Duas vidas a fé celebrando.........................................................................................................45
Um só coração............................................................................................................................46
Espera ........................................................................................................................................48
Salmos Responsoriais
Salmo 32 (33) A bondade do Senhor encheu a terra.................................................................50
Salmo 33 (34) Em todo o tempo e lugar bendirei o Senhor......................................................52Salmo 102 (103) A bondade do Senhor permanece eternamente..............................................54
Salmo 111(1 ) Feliz o homem que ama ardentemente os preceitos do Senhor.........................56
Salmo 127(128) Felizes os que esperam no Senhor.................................................................58
Salmo 144(145) Quero louvar-Vos, meu Deus e meu Rei sempre.............................................60
Salmo 148 Cantai alegremente ao Senhor nosso Deus.............................................................62
A bondade do Senhor é eterna 103 ( 102 ).................................................................................64
As flores aparecem......................................................................................................................65
Feliz quem teme o Senhor ( sl 1 ( 111) ) ...................................................................................66
Tua esposa videira fecunda ( 128 – 127 )..................................................................................67
Que nos conserve unidos ( 128 – 127 )....................................................................................68
Mulher e homem a sua imagem os criou....................................................................................69
Unidos no Amor...........................................................................................................................70
Aclamações ao evangelho
Aclamação nº 01.........................................................................................................................71
Aclamação nº 02.........................................................................................................................71 Aclamação nº 03.........................................................................................................................71
Aclamação nº 04.........................................................................................................................72
Aclamação nº 05.........................................................................................................................72
Aclamação nº 06.........................................................................................................................72
Aclamação nº 07.........................................................................................................................73
Aclamação nº 08.........................................................................................................................73
Aclamação nº 09.........................................................................................................................73
Aclamação nº 10.........................................................................................................................74
Aclamação nº 11.........................................................................................................................74
Aclamação nº 12.........................................................................................................................74
Aclamação nº 13.........................................................................................................................74
Aclamação nº 14.........................................................................................................................75
Aclamação nº 15.........................................................................................................................75
Aclamação nº 16.........................................................................................................................75
Aclamação nº 17.........................................................................................................................75
Aclamação nº 18.........................................................................................................................76
Aclamação nº 19.........................................................................................................................76
Aclamação nº 20.........................................................................................................................76
Aclamação nº 47.........................................................................................................................77
Aclamação nº 48.........................................................................................................................77
Aclamação nº 60.........................................................................................................................78
Aclamação nº 61.........................................................................................................................78
Aleluia aclamemos .....................................................................................................................79
Versículos para as aclamações ao evangelho............................................................................80
Aleluia..........................................................................................................................................81
Aleluia quando estamos unidos...................................................................................................82Buscai Primeiro...........................................................................................................................83
Viva Jesus ( hinário litúrgico 4º fascículo p, 56 ).........................................................................84
Aleluia aquele que ama...............................................................................................................85
Aleluia aclamemos o cordeiro.....................................................................................................86
Respostas cantadas as leituras e melodias para o evangelho
Respostas as leituras ( final das leituras ) nº 20.........................................................................87
Respostas as leituras ( final das leituras ) nº 21.........................................................................88Evangelho cantado nº 22............................................................................................................88
Evangelho cantado nº 23............................................................................................................88
Evangelho cantado nº 24............................................................................................................89
Preces dos fiéis nº01- Vossa igreja eleva o clamor....................................................................89
Preces dos fiéis nº02- Senhor neste dia.....................................................................................89
Entrada das Alianças
Ave Maria ( Gonoud )..................................................................................................................90
Ave Maria ( A. Donati )................................................................................................................92Ao sol da manhã tudo é festa .....................................................................................................93
Quão formosa és, minha amada.................................................................................................94
Ave Maria, noiva também............................................................................................................95
Aliança em meu dedo..................................................................................................................96
Prece por nosso amor.................................................................................................................97
Respostas as preces
Preces dos fiéis nº03- Acolhei nossa prece................................................................................98
Preces dos fiéis nº04 – Vem com tua luz....................................................................................98Preces dos fiéis nº05 – Ouve-nos...............................................................................................98
Preces dos fiéis nº06- Elevo a Tí, Senhor...................................................................................98
Preces dos fiéis nº07- Nós te damos graças! .............................................................................98
Preces dos fiéis nº08- Vossa igreja vos pede.............................................................................99
Preces dos fiéis nº09- Ouve, Deus de Amor...............................................................................99
Preces dos fiéis nº10-Te pedimos Senhor..................................................................................99
Preces dos fiéis nº11- Vinde salvar-nos, ó Redentor..................................................................99
Preces dos fiéis nº 12 Venha o vosso reino..............................................................................100
Preces dos fiéis nº13 Daí-nos Senhor......................................................................................100
Preces dos fiéis nº 14 Salvador do mundo ...............................................................................100
Preces dos fiéis nº 15Abençoai o vosso povo...........................................................................100
Preces dos fiéis nº 16 Convertei-nos Senhor............................................................................101
Preces dos fiéis nº Ó Pai da glória ..........................................................................................101
Preces dos fiéis nº18- Fica conosco, Senhor! ..........................................................................101
Preces dos fiéis nº19- Guardai-nos Senhor..............................................................................101
Preces dos fiéis nº20- Jesus, bom pastor.................................................................................102
Preces dos fiéis nº21- Senhor, nosso caminho.........................................................................102
Preces dos fiéis nº22- Daí-nos, ó Pai........................................................................................102
Preparação das ofertas
O nosso pão..............................................................................................................................103
Quando o trigo amadurece........................................................................................................104Bendito seja Deus.....................................................................................................................105
Em vos, Senhor, esperamos ....................................................................................................107
Nestes dons que trazemos........................................................................................................108
De mãos estendidas..................................................................................................................109
Cantos de Comunhão
Quando teu filho contigo vier ....................................................................................................112
Não existe amor sem entrega...................................................................................................113Nesta ceia vamos confirmar .....................................................................................................114
Pai de amor aqui estamos ........................................................................................................115
Bem vindos a mesa do Pai .......................................................................................................116
Nesse brilho que trazem os olhos.............................................................................................117
O corpo de Cristo......................................................................................................................118
Ainda que eu fale .....................................................................................................................119
Eu sou para meu amado...........................................................................................................120
Felizes somos Senhor...............................................................................................................122
Se eu não tiver amor.................................................................................................................123
Se houver amor na vida............................................................................................................124
Entre os convivas desta mesa...................................................................................................126
Cantar a beleza da vida ...........................................................................................................127
Na mesa Sagrada......................................................................................................................128
Assinatura da Ata
Senhor, nosso caminho preparaste...........................................................................................129
São lindas, Senhor, as mãos.....................................................................................................130Eis o amor caridade...................................................................................................................131
O amor não tem soberba...........................................................................................................132
Hino ao Amor ............................................................................................................................133
Hino ao Amor ( 1 corintios , 1-3 ) 1] parte................................................................................134
Canção do sim ..........................................................................................................................137
Encanto eterno .........................................................................................................................139
No Amor te encontrei ................................................................................................................140
Nosso amor é a vida .................................................................................................................141
Minha vida é você......................................................................................................................143
Salmo do matrimonio ................................................................................................................145
Pra sempre te amarei ...............................................................................................................146
Cantiga do matrimonio..............................................................................................................147
Oração pela família...................................................................................................................148
O amor é resposta ....................................................................................................................149
Juramento .................................................................................................................................151
Segredo da felicidade ...............................................................................................................152
Construir sobre a rocha ............................................................................................................153
O amor nos una ........................................................................................................................155
Valsa da Ternura.......................................................................................................................156
É bom ter família ......................................................................................................................157
Famílias do Brasil......................................................................................................................158
Canto de Saída
Duas vidas.................................................................................................................................159
Alegres sons vão ressoar .........................................................................................................160Cantemos ao Senhor ................................................................................................................162
A vida nos espera......................................................................................................................163
Venham todos hoje celebrar......................................................................................................164
Cristo amou sua igreja...............................................................................................................165Louvado seja o Senhor..............................................................................................................166
Como vinho e o pão..................................................................................................................167
Tantas vezes, ao redor da mesa ..............................................................................................168
Deus conserve sua vida ...........................................................................................................169
Anexo
Cantos de comunhão baseados nos salmos do matrimonio
SALMO 33(32)...........................................................................................................................170SALMO 34(33)...........................................................................................................................171
SALMO 34(33) SEGUNDA VERSÃO........................................................................................172
SALMO 103 (102)......................................................................................................................173
SALMO 112 (111)......................................................................................................................174
SALMO 128( 127)......................................................................................................................175
SALMO 145 (144)......................................................................................................................176
SALMO 148...............................................................................................................................177
Lembre-se são apenas sugestões. Antes de escolher o canto apropriado, dentro do mistério celebrado, os noivos devem procurar o padre de sua paróquia, e escolher as leituras do casamento, para depois poder escolher os cantos.